Por tamyres.matos

Rio - O bom de ter fonte bacana é ficar sempre bem informada. O ruim é ter que mudar, aos 46 dos segundo tempo, uma coluna que estava prontinha desde cedo. Aos fatos, que não tenho nem tempo nem espaço para ficar de graça agora: o presidente regional do PT, Jorge Florêncio, cancelou na noite de domingo a reunião desta segunda-feira, quando seria discutida a possibilidade de o partido desembarcar do governo de Sérgio Cabral.

Clima de 'eu bem que avisei'Nei Lima / Agência O Dia

Segundo Florêncio, foi um pedido do próprio senador Lindbergh Farias, que lhe telefonou no domingo. “O Lindbergh ponderou que poderia parecer que o partido já decidiu sair. E sair num momento crítico do Sérgio Cabral poderia parecer oportunismo”, explicou o presidente regional do PT.

O próximo passo, segundo Florêncio, será discutir o assunto internamente no partido e, aí sim, partir para a decisão sobre ficar ou não no governo. Assim, o partido ganha tempo para descobrir se é uma boa ideia abandonar Cabral e se é possível fazer isso e deixar Adilson Pires quieto no canto dele, ao lado do prefeito Eduardo Paes, que virou pop star do PMDB.

‘EU AVISEI’

Enquanto isso, o deputado federal Alessandro Molon, espeta: “Seria esquizofrenia o PT sair do governo estadual e querer ficar no municipal. Os dois governos têm o mesmo DNA.” Molon é aquele que cansou de ser voto vencido no PT quando falava que um dia essa aliança com o PMDB iria virar um problema.

Ele sempre desconfiou de que quando o PT estivesse pronto para lançar um candidato ao governo do Rio ia ser difícil desembarcar do bonde do “estamos juntos”. Não, não acredito que Molon tenha rogado praga.

ESPERANÇA

Jorge Picciani tem uma pesquisa que dá 18% de “ótimo” e “bom” para o governo — recentemente, uma consulta deu 12%. Pode ser sinal do que Picciani chama de “força de recuperação” de Cabral e de que, ele acredita, pode não ser hora de desvincular a imagem de Pezão do governador.

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