Por cadu.bruno

Rio - O delegado Rivaldo Barbosa, da Delegacia de Homicídios, continua ouvindo depoimentos nesta terça-feira para esclarecer o desaparecimento do ajudante de pedreiro Amarildo de Souza. A previsão é ouvir mais policiais militares da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) e moradores da Rocinha, comunidade onde mora Amarildo, desaparecido desde o dia 14 de julho. Rivaldo deve ir à favela novamente nesta terça.

O delegado já havia tomado o depoimento de 14 policiais militares nesta segunda. Os depoimentos avançaram pela madrugada. Um deles durou seis horas e meia. O advogado da família de Amarildo, João Tancredo, pediu nesta segunda à Justiça o reconhecimento da morte presumida.

Divisão de Homicídios investiga desaparecimento de Amarildo na RocinhaAlessandro Costa / Agência O Dia

Segundo Tancredo, o reconhecimento da Justiça poderá permitir a emissão da certidão de óbito e, dessa forma, será possível pedir pensão à Previdência Social e entrar com uma ação indenizatória contra o Estado do Rio.

O grande número de pessoas desaparecidas no Rio vai ser tema de audiência pública na Alerj, dia 13. Como O DIA mostrou domingo, estatísticas do Instituto de Segurança Pública mostram que os registros de desaparecimentos aumentam a cada ano e em 2012 essas ocorrências chegaram a 5.934. Segundo o sociólogo Fábio Araújo, nos últimos 23 anos 90 mil pessoas sumiram no estado.

A audiência foi convocada pelo presidente da Comissão de Direitos Humanos da Alerj, deputado Marcelo Freixo (Psol). O convite foi feito a autoridades da PM, Polícia Civil, Defensoria e ONGs. “É preciso criar setor específico na Secretaria de Segurança para cuidar desse problema”, sugere Freixo. “Temos que saber quantas pessoas reaparecem e quantos se transformam em autos de resistência ou homicídio”.

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