Rio - Policiais da Divisão de Homicídios (DH) realizaram buscas nesta quarta-feira pelo ajudante de pedreiro Amarildo de Souza, desaparecido desde o dia 14 de julho. Os agentes estavam num trecho de mata no alto da Rocinha, na Zona Sul. Bombeiros e cães farejadores foram usados nas buscas, mas nada foi encontrado.
De acordo com o delegado titular da DH, Rivaldo Barbosa, parentes de Amarildo receberam informações de que o corpo dele teria sido enterrado na área. A polícia segue com duas linhas de investigação no caso: a participação de policiais militares ou traficantes.
"Cavamos, mas não encontramos nada. Vamos continuar as buscas. Qualquer informação recebida é importante. Trabalhamos com duas hipóteses e não há como descartar qualquer uma delas", afirmou Barbosa.
Anderson Gomes, um dos filhos de Amarildo, acompanhou as buscas. "Só acharam imagens dele entrando na UPP. E saindo, cadê?", disse. O rapaz ainda descartou participação do tráfico no sumiço do pai. "Para ter certeza de que foi o tráfico, tem que ter alguma prova. Aí eles podem falar que é o Papa, o Lula, a Dilma, quem eles quiserem", finalizou.
Agentes colhem depoimentos
Nesta terça, na Divisão de Homicídios, mais quatro depoimentos sobre o caso foram tomados. Na segunda-feira, 14 policiais militares da UPP, entre eles oficiais, foram ouvidos pelo delegado Rivaldo Barbosa.
Enquanto as investigações continuam, a família do pedreiro desaparecido busca na Justiça o reconhecimento da morte presumida de Amarildo, para pleitear uma indenização ao governo estadual e pedir pensão ao INSS.
O desaparecimento de Amarildo já provocou uma polêmica entre a ministra Maria do Rosário, da Secretária Nacional de Direitos Humanos, e o secretário de Segurança José Beltrame. Segundo a ministra, a polícia é a suspeita principal. Beltrame considerou prematuro fazer esta afirmação. O esclarecimento do sumiço do morador, que ganhou repercussão internacional, é uma das bandeiras de recentes manifestações contra o governador Sérgio Cabral, no Rio e Brasil afora
