Por bianca.lobianco

Rio - O corpo de Andrelucy Pereira da Silva Serra, de 22 anos, foi enterrado, às 16h desta quinta-feira, no cemitério São Francisco Xavier, em Itaguaí. Ela é uma das seis vítimas fatais da queda de um ônibus da Viação Itaguaí, do Viaduto do Tobogã, no Centro do município, na Baixada Fluminense, na noite desta quarta-feira. Na ocasião, 34 pessoas ficaram feridas.

A família está muito abalada. A jovem era casada com Luciano Serra, de 32 anos, e deixou um filho, João Pedro, de 3 anos. Segundo amigos e parentes ela era uma pessoa muito querida e muito esforçada. Quando ocorreu a tragédia, Andrelucy havia acabado de deixar o Centro da cidade de Itaguaí, onde deixou o currículo em uma empresa; e voltava para casa para pegar o material do curso de Inglês.

Corpo de Andrelucy Pereira%2C de 22 anos%2C é enterrado no cemitério em ItaguaíSeverino Silva / Agência O Dia

Segundo a tia de Andrelucy, Luciene Delgado da Silva, de 34 anos, a sobrinha era técnica em Administração e estava cursando o 3º período da faculdade na mesma área. "Ela era um doce de pessoa, e sempre buscava o melhor. Tinha deixado o almoço para o marido e depois foi procurar emprego. Minutos antes do acidente, ela ligou para a cunhada pedindo que ela buscasse o João Pedro na creche, pois não daria tempo. Infelizmente ela pegou aquele ônibus".

O marido de Luciene, Cláudio Oliveira, de 32 anos, lamentou o acidente e fez críticas à estrutura do viaduto. "Fizeram aquele viaduto para aliviar a linha férrea. Já ocorreram vários acidentes ali também, e agora este, com maior gravidade. Infelizmente, só com uma catástrofe dessas que prestam atenção no problema. Eles têm que corrigir aquele viaduto, que parece uma montanha- russa, ou um tobogã".

'Estou sem chão', diz pai de vítima

Mais cedo, o corpo do funcionário da Casas Bahia de Itaguaí, Marco Jorge Corrêa de Figueiredo, de 37 anos, foi enterrado no cemitério Padre Cezare Vigezzi, no bairro do Sase, no mesmo município. O pai da vítima, Marcos Correa de Figueiredo, 66 anos, estava muito abalado."Meu filho era tudo para mim, estou sem chão. É como se você perdesse um braço, uma perna.... tudo!".

A irmã da vítima, Eliane Figueiredo, 42 anos, disse que soube da morte do irmão na delegacia. Ela conta que os familiares estranharam o desaparecimento de Marcos e desconfiaram que ele pudesse ter sido uma das vítimas do acidente depois que souberam do que aconteceu pela TV.

"Ele morava com o meu pai, com a minha mãe e começamos a estranhar que ele não apareceu. Me ligaram avisando que ele tinha desaparecido. Não tem como explicar como estamos, ele alegrava a todos nós. Era uma pessoa muito feliz e alegre, fazia todo mundo feliz", disse. 

Crea aponta falhas em viaduto

O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea) esteve, na manhã desta quinta-feira, no local do acidente envolvendo um ônibus em Itaguaí, nesta quarta. Segundo o engenheiro Antônio Eulálio, especialista em pontes e grande viadutos, há várias falhas técnicas no projeto do viaduto.

"Falta uma barreira de concreto na lateral do viaduto. Com isso, certamente o veículo não cairia. Há falhas no projeto geométrico, não existe concordância parabólica. A curva é muito curta e forma um bico. O guarda corpo tem uma abertura muito grande, pela qual uma criança pode passar”, observou.




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