Por nara.boechat

Rio - Ao gosto do cliente. A máxima do comércio será servida como palavra-chave aos moradores do Rio pela PM. Sob nova direção, a ordem agora na Polícia Militar é para o policial buscar a aproximação e dialogar com as comunidades. Tanto nas conversas reservadas como na escolha dos homens que passam a integrar a cúpula da instituição, o coronel José Luís Castro de Menezes dá sinais de que deseja menos músculo e mais bate-papo. Quer a população como parceira tanto para denunciar os criminosos como no planejamento do policiamento.

O secretário de Segurança Pública José Mariano Beltrame e o novo comandante da PM José Luís Castro MenezesEstefan Radovicz / Agência O Dia

Dentro da filosofia de trabalho, o novo comandante escolheu para a chefia de gabinete o ex-corregedor Waldir Soares Filho, que deverá ser substituído pelo atual sub, coronel Wagner. Outra vaga importante para sinalizar mudanças é o Comando do Policiamento Pacificador — responsável pelas UPPs. Até ontem à tarde, era dado como certo o nome do coronel Antonio Carlos Carballo Blanco, um homem ligado à polícia comunitária e que ajudou a criar o Gepae na favelas do Pavão-Pavãozinho (Copacabana) e Cavalão (Niterói). Mas em uma nova reunião, no final do expediente, surgiu outro nome: coronel Frederico Caldas, atual chefe da Comunicação Social. Os dois sinalizam na direção do diálogo.

Nem todas as mudanças foram definidas ontem pelo comandante da PM. Mas é certo que o coronel Renê Alonso deixará o comando do Batalhão de Operações Especiais (Bope) para assumir o Comando de Operações Especiais — núcleo encarregado de cuidar dos batalhões especiais, entre eles o próprio Bope e o Choque.

Também chegam à cúpula da PM os coronéis Ezequiel Mendonça, Rogério Leitão e Hugo Freire. Além dos chefes do Estado-Maior, Ricardo Pacheco e Paulo Henrique de Moraes, já anunciados na terça-feira.

À frente de operações criticadas

Além de ter participado do comando das operações durante os protestos de junho, no Rio, que resultaram em denúncias de agressão de policiais a manifestantes, o novo comandante da PM, coronel Luís Castro, também esteve na chefia da operação policial, realizada no começo do ano, no Complexo do Caju, quando houve prisões de inocentes.

É verdade que a culpa pelas informações que levaram a PM ao erro partiram do cruzamento de dados entre a Coordenadoria de Inteligência e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado, do Ministério Público. O oficial foi indiciado no inquérito instaurado na 17ª DP (São Cristóvão), mas a investigação foi arquivada na 43ª Vara Criminal.

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