Por cadu.bruno

Rio - Para Ana Rocha, secretária municipal de Políticas para Mulheres, a possibilidade de prisão de agressores de mulheres é um dos grandes marcos da Lei Maria da Penha, que completa sete anos. Segundo ela, a lei fez com que aumentassem os registros de vítimas de violência.

—Qual a característica mais marcante da violência contra a mulher no Rio de Janeiro?

As agressões podem ser de vários tipos. Há casos de violência física, patrimonial, psicológica e social. No Rio, a de caráter sexual é predominante — 82,8% das vítimas que sofreram abusos já passaram por esse tipo de situação.Esses casos ocorrem notadamente na Zona Oeste.

—E essa agressão acontece em algum momento específico?

Sim. Percebemos que, em pelo menos 43% dos casos, as mulheres foram agredidas no momento em que terminavam o relacionamento com seus parceiros. Ou seja, muitos homens ainda demonstram resistência à autonomia da mulher.

—A lei Maria da Penha acaba de completar sete anos. Ela trouxe benefícios reais?

Muita coisa melhorou. Uma evolução importante é que agora o agressor é punido com prisão. Até a criação dessa lei, violência contra a mulher costumava resultar, no máximo, em pagamento de cestas básicas ou na prestação de serviços comunitários. Ainda há pontos que devem evoluir, como a criação de centros de apoio à mulher agredida e casas abrigo. No entanto, o saldo é positivo.

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