Por cadu.bruno

Rio - Um dia após um protesto que acabou em confronto nas imediações do Palácio Guanabara e que deixou um rastro de destruição pelas ruas, o governador Sérgio Cabral afirmou que a ação de radicais é uma forma de “coagir a democracia”: “Trata-se de uma visão absolutamente distorcida do que é manifestação. São grupos que deviam reavaliar como se fazer a oposição, porque as eleições que ganhei não foram no grito, foram no voto, nas eleições. A democracia tem que ser sempre respeitada, porque é feita pela livre escolha popular”.

Após mais uma noite de protestos, Laranjeiras amanheceu ontem com as marcas da depredação. Agências bancárias tiveram vidros quebrados, orelhões foram arrancados do chão e pontos de ônibus foram danificados.

O painel luminoso de um posto de gasolina foi apedrejado. Moradora da Rua Pinheiro Machado, Sônia Falcão, 56 anos, viveu uma noite de angústia: “Fiquei com medo de ir para casa. Apoio as manifestações, mas não o vandalismo”.

Cabral durante coletiva nesta terça-feiraDivulgação

Antes de os confrontos começarem na segunda à noite, o vice-governador Luiz Fernando Pezão se reuniu com representantes do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação no Palácio. Um grupo de professores quis permanecer no local e foi retirado por PMs. “Não houve nenhum desejo de truculência, mas o Palácio é um local de trabalho. As reivindicações foram ouvidas”, afirmou Cabral.

Para o governador, os confrontos nada tiveram a ver com a greve dos professores: “Grupos radicais vieram aqui com o desejo de gerar o caos e intimidar. Os professores são pessoas civilizadas”.

Cabral disse que o pagamento de diárias com o dinheiro público para uma viagem sua a Bruxelas “foi um erro administrativo” e que já devolveu o dinheiro aos cofres públicos. Quanto às manifestações na Câmara sobre a CPI dos Ônibus, ele defendeu o prefeito Eduardo Paes, afirmando que ele “avançou muito na política de mobilidade urbana”.

Protesto migrou da porta da Câmara para a porta do Palácio GuanabaraErnesto Carriço / Agência O Dia

Jornaleiro tem prejuízo de R$ 5 mil

A ação de radicais após a manifestação de segunda-feira à noite em Larajeiras e Catete causou prejuízos a comerciantes. O jornaleiro Luiz Carlos Fernandes, 27 anos, estimou danos no valor de R$ 5 mil devido à quebra de um aparelho de ar-condicionado e do letreiro de propaganda da sua banca, localizada em frente à sede do Fluminense, ao lado do Palácio Guanabara.

“Não tenho seguro e nem como me recuperar tão cedo dos gastos. Pago impostos também, e acho que quem depreda deveria pensar nisso. Não é descontando nos outros que se vai conseguir os objetivos”, indignou-se. Colega de profissão, Antônio Paulo, 53, escapou por pouco.

Todo o material que estava espalhado pelas calçadas das Ruas das Laranjeiras, Pinheiro Machado e Ipiranga foi recolhido à tarde pela Comlurb.

Mais água para três municípios

Em reunião sobre o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro, que está sendo construído em Itaboraí, foi anunciado o aumento de 70% do abastecimento do Sistema Imunana-Laranjal que, segundo o governo, vai acabar com o problema de falta de água em municípios como São Gonçalo, Niterói e Itaboraí.

Também foi firmado compromisso de plantio de sete milhões de árvores até as Olimpíadas de 2016. De acordo com o secretário de Ambiente, Carlos Minc, o objetivo é abater as emissões de poluentes que serão geradas nos grandes eventos no Rio.



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