Por tamyres.matos

Rio - Uma comissão de membros do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio foi recebida pelo chefe de gabinete da Casa Civil, Arthur Bastos, durante o protesto no fim da tarde desta sexta-feira. Bastos apenas recebeu a lista de reivindicações. Para discutir a pauta do protesto, uma reunião já estava marcada desde a semana passada para 10h de segunda na secretaria de Educação, com a presença do secretário Wilson Risolia. 

Os manifestantes anunciaram um ato marcado para as 11h de domingo no qual ocorrerá o enterro simbólico do governador Sérgio Cabral. Mais de 600 professores da rede estadual de ensino participaram do protesto em Laranjeiras, na Zona Sul do Rio, na tarde desta sexta-feira. Os profissionais estão em greve desde o dia 8 de agosto e fizeram uma passeata até a porta do Palácio Guanabara. 

As reivindicações da classe são um reajuste de 28%; melhores condições de trabalho; 30 horas semanais para funcionários; democracia nas escolas - eleição para diretor de escola; fim do plano de metas e do projeto de certificação; a derrubada do veto do governador Sérgio Cabral ao artigo do Projeto de Lei 2.200, que garante uma matrícula de professor em apenas uma escola.

Destruição gera prejuízo de R$ 1 milhão

O rastro de destruição deixado por uma minoria de manifestantes ao longo dos seguidos protestos que ocorrem no Rio desde junho custou as cofres da prefeitura cerca de R$ 1 milhão. No dia seguinte aos protestos, é comum ver o mobiliário urbano — lixeiras, pontos de ônibus, postes e placas de sinalização — bastante danificado onde ocorrem os atos.

Sobre essa destruição, a Polícia Militar informou, em nota, que emprega forças para proteção da vida e do patrimônio público e privado. E reitera que é amplamente a favor do direito democrático de manifestação. Mas não explica por que pouco se vê intervenção da PM diante dos atos dessa minoria nos protestos mais recentes.

Município: chance 'quase zero' de reajuste

Profissionais da educação do município tiveram novos dias de luta por suas reivindicações. Para uns, houve avanços, para outros, não. Enquanto auxiliares de creche comemoraram a promessa de enquadramento no quadro do magistério, o Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe) desanimou-se com a dificuldade em ter aumento salarial para a categoria.

Segundo a coordenadora do Sepe, Susana Gutierrez, o vice-prefeito do Rio, Adilson Pires, e o secretário-chefe da Casa Civil, Pedro Paulo Carvalho, disseram que a possibilidade de reajuste de salários é “quase zero”. Porém, ao requisitarem estudos de cálculos que inviabilizassem o aumento, nada lhes foi apresentado. “Como dizem que não têm dinheiro para um novo reajuste de salários se repassam R$ 758 milhões incluídos na Educação para a previdência?”, questionou Susana.

Professores fazem protesto na Zona Sul também na manhã desta sextaAlessandro Costa / Agência O Dia

Ela tomou por base a informação revelada quarta no DIA de que nos 25% do orçamento que deve ser investido em manutenção de ensino, a prefeitura incluiu em 2012 R$ 758 milhões destinados ao fundo previdenciário de inativos da área de Educação. A irregularidade consta de um parecer prévio do Tribunal de Contas do Município (TCM) sobre o orçamento da prefeitura do ano passado.

A coordenadora também afirmou que é recorrente a prefeitura incluir gastos que não são para Educação nas contas, e que o caso já tinha sido objeto de estudo do sindicato. “A matéria é uma comprovação do que o Sepe vem denunciando. A prefeitura não aplica no setor os 25% das receitas, como manda a Constituição”, informava uma publicação anexada à reportagem no site do sindicato.

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