Por bianca.lobianco

Rio - Os manifestantes que estão acampados em frente à Camara dos Vereadores instalaram, na manhã desta sexta-feira, uma espécie de varal com fotos dos vereadores Chiquinho Brazão (PMDB) e Professor Uóston (PMDB) com dizeres de "procura-se". Ambos foram eleitos em reunião a portas fechadas, na última sexta-feira, presidente da CPI dos Ônibus e relator da comissão, respectivamente. 

Manifestantes provocam os vereadores Chiquinho Brazão e Professor Uóston com cartazes de 'procura-se'Alessandro Lo-Bianco / Agência O Dia

O debate mais caloroso que ocorre entre os manifestantes na porta da Câmara é em relação à informação de que a Secretaria Municipal de Transportes acompanha por GPS e fiscaliza em tempo real a circulação de coletivos da cidade com equipamentos fornecidos por uma empresa que tem entre os sócios Jacob Barata Filho.

Manifestantes em frente à CâmaraAndré Luiz Mello / Agência O Dia

Por questão de segurança, parlamentares que compõem a CPI dos Ônibus cogitam tirar as próximas sessões do plenário.

CPI dos Ônibus: bate-boca na Câmara e tumulto do lado de fora

Nem o clima tenso dos protestos dentro e fora da Câmara Municipal do Rio impediu a primeira reunião da CPI dos Ônibus nesta quinta. O encontro, que definiu a agenda de oitivas até o mês que vem, começou com bate-boca entre o vereador Eliomar Coelho (Psol) e o presidente da Comissão, Chiquinho Brazão (PMDB).

O primeiro, se recusou a sentar à mesa e logo saiu da sala acompanhado do primeiro-suplente da CPI, Reimont (PT). Ambos alegaram ilegitimidade dos demais membros.

Mesmo amordaçados%2C manifestantes vaiaram presidente da CPI%2C vereador Chiquinho Brazão, nesta quintaAngélica Fernandes / Agência O Dia

Os 11 manifestantes que ocupam a Câmara há uma semana foram liberados para acompanhar os trabalhos da primeira reunião. Amordaçados e segurando várias formas de pizza, em sinal de protesto, os ativistas se mantiveram de costas para os vereadores. “Na história desta Casa nunca teve uma CPI tão transparente”, discursou Chiquinho, que em resposta, recebeu sucessivas vaias dos manifestantes.

Duas horas após o encontro da Comissão, o presidente da Câmara Jorge Felippe (PMDB) determinou o fim dos trabalhos na Casa por falta de segurança. nesta sexta, o Ministério Público pode ser acionado pela presidência para intervir na proteção dos vereadores.

A sessão plenária desta quinta também foi suspensa. Os oito vereadores da oposição aproveitariam o plenário para entrar com mais uma manobra política de anulação da CPI. No entanto, esta só poderá ser feita na terça-feira, quando a sessão será retomada.

“Nós iríamos entrar com um recurso pedindo a votação dos vereadores para o indeferimento do Jorge Felippe sobre a anulação da reunião de sexta-feira. Iríamos também pedir a análise da proporcionalidade da comissão, que deve ser dividida entre os partidos”, explicou o vereador Eliomar Coelho (Psol). Ele garantiu estabelecer uma investigação paralela aos ônibus com parlamentares da oposição.

Audiência pública marcada para quinta-feira

Mesmo em meio ao turbilhão de acontecimentos na Câmara, o calendário da CPI já está completo. Serão cinco audiências públicas semanais. A primeira irá acontecer na quinta-feira que vem, às 10h. Tudo está garantido para ocorrer no Plenário, com a participação popular.

As audiências também já têm tema. Vão discutir desde a possível formação de cartel entre as empresas até a planilha tarifária. O ex-secretário de Transportes e o atual serão convocados em mais de três reuniões. O Tribunal de Contas do Município e a Procuradoria Geral também participarão efetivamente.

Os sócios majoritários dos quatro consórcios de ônibus serão convidados a depôr na segunda semana. “Não sabemos quem são ainda. Vamos pedir a Rio Ônibus que divulgue a lista com o nome de todos os sócios para convocarmos individualmente”, explicou o relator Professor Uóston. Ele não descartou para as oitivas, o empresário Jacob Barata, detentor de várias empresas de ônibus. “Se ele for sócio, será chamado com certeza”.

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