Rio - Moradores do Morro do Andaraí denunciaram ontem abusos e agressões supostamente cometidos por policiais militares da Unidade de Polícia Pacificada do vizinho Morro do Borel, contra cinco rapazes da comunidade. Dois deles seriam menores de idade.
Em nota, a assessoria de imprensa das UPPs informou que, segundo o capitão Bruno Amaral, comandante da UPP Borel, policiais em patrulhamento na localidade conhecida como Novo Leblon, área de mata fechada, “depararam-se com cinco jovens, três deles menores”.
“Eles foram revistados e liberados. Um deles passou mal e foi encaminhado ao Hospital do Andaraí. Quanto às denúncias de agressão, o comando da UPP não foi informado oficialmente sobre o assunto”, diz um trecho da nota. A assessoria de imprensa do hospital disse que o rapaz não tinha ferimentos aparentes e que teria sido vítima de queda de pressão.
Segundo parentes dos jovens, quatro, que trabalham como serventes na construção de uma creche no alto do Morro do Andaraí, estavam descansando após o almoço, quando teriam sido confundidos com bandidos.
“Meu filho (Murilo Ferreira, 28) e os colegas, foram agredidos com socos, obrigados a comer terra e ficarem debaixo de sol forte, porque os PMs queriam saber sobre drogas e armas. Quando eu e vizinhos vimos na situação, fui chamada de macaca por um dos policiais, que ainda me ameaçou, dizendo que eu ia levar um tiro”, disse, nervosa, Vera Lúcia Ferreira, 38.
No Hospital do Andaraí, para onde um dos detidos — Renato Pereira, 27 —, foi levado antes de ser conduzido à 20ª DP (Vila Isabel) moradores fizeram um protesto. Sem passagens pela polícia, os detidos foram liberados.