Rio - Um caso de violência sexual abalou esta sexta-feira a Academia de Polícia Dom João VI, da Polícia Militar, em Sulacap. Dois cadetes foram acusados de atacar, durante a madrugada, uma recruta. Embriagados, os alunos teriam invadido o alojamento da policial feminina, por volta das 4h. A dupla foi presa em flagrante e pode ser expulsa da unidade.
Os dois alunos chegaram à academia, com outros dois estudantes, que decidiram não participar da ação. No quarto da jovem, eles tentaram beijá-la e agarrá-la à força. Foram autuados por atentado violento ao pudor e constrangimento com ameaça, crimes previstos no Código Penal Militar. As penas variam de um a seis anos de prisão.
Em nota oficial, a PM informou ainda que os cadetes serão submetidos a Conselho Escolar de Disciplina. A mobilização em torno do caso começou ainda pela manhã. O comandante-geral, Luiz Castro, determinou apuração rigorosa e até o fechamento da escola para a preservação de provas. Agentes da Corregedoria da PM também foram para o local. Os envolvidos prestaram depoimento, na noite desta sexta-feira, na 2ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar (DPJM). Depois eles foram levados para o Batalhão de Choque (BPChoque), no Centro, onde ficarão presos.
A vítima também foi ouvida pelos investigadores. Ela foi submetida ainda a exame de corpo de delito no Hospital Central da Polícia Militar (HCPM), no Estácio. Os cadetes estavam fazendo curso de preparação para oficial, com duração de três anos. Já a recruta está estudando para se tornar soldado da PM, em prazo máximo de oito meses.
Os alunos tinham autorização para deixar a unidade. A rotina na academia é considerada rigorosa. São proibidos, por exemplo, mascar chicletes e até assoviar. Os estudantes são recolhidos às 21h e, a partir das 22h, é considerado horário de silêncio.
Colaborou Maria Inez Magalhães