Rio - Um grupo de 10 deputados federais da bancada do Rio, liderados por Anthony Garotinho (PR), se reuniu, na manhã desta quarta-feira, com o ministro da Justiça José Eduardo Cardozo para encaminhar o pedido de intervenção da Polícia Federal formulado pelo deputado Geraldo Pudim (PR) para investigar o desaparecimento do pedreiro Amarildo Dias, sumido desde o dia 14 de julho. O documento contou com as assinaturas dos deputados estaduais Luiz Paulo (PSDB), Clarissa Garotinho (PR) e Paulo Ramos (PDT).
"A polícia do Rio de Janeiro caiu em descrédito após o caso Amarildo. Os fortes indícios de envolvimento de policiais das famigeradas UPP's nos dão calço legal para solicitar a federalização dessas investigações. O caso é tamanho que mobilizou este número expressivo de 10 deputados federais e 4 deputados estaduais para uma mesma questão e que enxergam falhas na condução do caso do desaparecimento do pedreiro Amarildo. Acredito que o ministro tenha saído da reunião bastante sensibilizado. Ele se comprometeu a dar uma resposta tão logo o quanto possível" avaliou Pudim.
MP pede afastamento imediato do PMs envolvidos no caso Amarildo
Cinco policiais da Unidade de Polícia Pacificadora da Rocinha são investigados por tortura e abuso de autoridade contra moradores da favela. Entre eles estão o comandante da UPP, major Edson Santos, e os soldados Rodrigo de Macedo Avelar da Silva e Douglas Roberto Vital Machado, também investigados pelo desaparecimento, há 47 dias, do pedreiro Amarildo de Souza. Os outros PMs acusados de tortura e abuso são Luciano Silva de Carvalho e Vitor Luiz Evangelista. O Ministério Público pede a suspensão do porte e o recolhimento das armas e dos distintivos dos envolvidos e a expulsão da PM do grupo, investigado ainda por improbidade administrativa.
As denúncias foram feitas à 15ª Promotoria de Investigação Penal da 1ª Central de Inquéritos. Mas o cerco aos militares não param por aí. O Ministério Público, junto à Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Defesa da Cidadania, analisa uma proposta de ação civil pública contra os cinco PMs. A proposta foi feita após oito moradores da Rocinha prestarem depoimento quarta-feira e confirmarem denúncias que já haviam sido feitas ao MP por outros moradores através da Ouvidoria e em outros procedimentos instaurados pela polícia sobre a conduta dos PMs.