Por tamyres.matos

Rio - As Vilas Recreio II, Harmonia e Restinga, no Recreio, não existem mais. Elas foram removidas por causa das obras do BRT Transoeste. No espaço que elas ocupavam, nada foi feito: as áreas estão vazias e as famílias que tiveram que sair de suas casas reclamam que não ficaram satisfeitas com os valores pagos pelos imóveis.

Ontem, o Comitê Popular Copa e Olimpíadas esteve no local, acompanhado de organizações como a Anistia Internacional e membros da Comissão dos Direitos Humanos da Câmara dos Vereadores, que participaram com o objetivo de relatar os casos e pedir a realização de audiência pública sobre as remoções na cidade.

“O dinheiro que recebi não deu para nada e minha casa não precisava ter sido removida”, afirmou Selvita Rufina, 50 anos, ao voltar à Vila Recreio II, onde morou por 16 anos. Ela relata que precisou entrar na Justiça para receber os R$ 37 mil que a prefeitura pagou por sua casa, removida em 2011. “Morei em casa própria por 16 anos. Hoje, moro de aluguel em Campo Grande”, indicou Selvita.

No local onde ficava a Vila Harmonia, funciona hoje a 18ª Gerência da Secretaria Municipal de Conservação. Em nota, a secretaria informou que o terreno ocupado foi “de grande importância para a implantação do BRT”. “Questionamos a forma das remoções e os motivos pelos quais foram feitas”, afirma Renato Cosentino, membro do Comitê. Ele afirmou que as remoções atendem a interesses do mercado imobiliário e que alguns empreendimentos estão sendo lançados nos espaços.

Em nota, a Secretaria Municipal de Habitação informou que 156 famílias removidas no Recreio receberam um imóvel no Programa Minha Casa, Minha Vida ou foram indenizadas. Questionada sobre o impasse, a Secretaria Municipal de Obras limitou-se a explicar que não possui materiais no local e não respondeu sobre as áreas vazias.

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