Por tamyres.matos

Rio - Obrigatório na rede pública e incentivado em campanhas nacionais do Ministério da Saúde, o Teste do Pezinho tem levado muitas famílias a recorrer a clínicas particulares para obter um diagnóstico completo. Os postos de saúde do estado fornecem apenas o resultado relativo a quatro doenças — hipotireoidismo congênito, fenilcetonúria, doença facilforme e fibrose cística. Na rede privada, o mesmo exame é capaz de detectar precocemente de 20 a 50 enfermidades. O problema nos laboratórios particulares é o custo que varia de acordo com o número de doenças rastreadas, podendo chegar a R$ 600.

O exame de laboratório, também chamado de triagem neonatal, é realizado a partir de gotas de sangue colhidas do calcanhar do recém-nascido entre o terceiro e o sexto dia de vida. O resultado, que fica pronto em dez dias, permite descobrir várias doenças genéticas ou infecciosas, que poderão causar lesões irreversíveis como, por exemplo, o retardo mental, se não forem tratadas antes dos primeiros sintomas.

Ao saber da limitação%2C Renata levou Nicolas a laboratório particularAndré Mourão / Agência O Dia

“O diagnóstico precoce permite que a criança seja tratada e leve uma vida normal”, explica o sanitarista Alcindo Ferla. Segundo ele, o governo deveria ampliar o número de doenças rastreadas no exame. “A detecção de doenças evoluiu muito mais rápido do que a oferta de atendimento na rede pública de saúde”, critica o Alcindo Ferla.

A auditora Renata Farias, 35 anos, fez há um mês o teste do pezinho no filho, Nicolas, em um laboratório particular por orientação da pediatra. “Decidi pagar para obter um resultado mais seguro que analisa 20 doenças. Acho que poderiam ampliar a quantidade de doenças detectadas para oferecer mais segurança para quem não tem plano de saúde ou não tem como pagar pelo exame complementar”, diz.

Clique na imagem abaixo para conferir o infográfico na íntegra:

Diferenças entre rede pública e rede privadaArte O Dia

Rio atrás de Mato Grosso e Paraná

Pelo Programa Nacional de Triagem Neonatal, do Ministério da Saúde, os postos de saúde devem rastrear seis tipos de doença. A recomendação só é seguida por quatro estados: São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Mato Grosso do Sul.

De acordo com o Ministério, o Rio de Janeiro está um passo atrás, na Fase 3 do programa que identifica quatro doenças. Em 2012, 2,4 milhões de recém-nascidos realizaram o teste na rede pública. A meta do Ministério é universalizar nos estados o exame mais completo, com a detecção de seis doenças, até o final de 2014.

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