Por marlos.mendes

Rio - A ação da Polícia Militar durante as manifestações, atingindo inocentes, entre eles idosos e crianças, dividiu especialistas no assunto. O antropólogo Paulo Storani, ex-capitão do Bope e especialista em negociação de conflitos, lamentou a atuação policial, mas criticou duramente os Black Blocks, e pediu mais rigor à Polícia Civil para a prisão dos criminosos que fazem parte do grupo.

Batalhão de Choque acompanha as manifestações no Centro do Rio durante o desfile cívicoEfe

"É um grupo sem pretensões políticas, que não quer o poder, que não quer nada. Quer apenas a violência pela violência. E que se aproveitam do anonimato e de manifestações legítimas para atacar o patrimônio público, privado e, claro, a Polícia Militar. É fundamental a prisão destas pessoas, mas através de investigação e da identificação de cada um", diz Storani.

O antropólogo concordou que houve excessos por parte da Polícia Militar e ressaltou a importância da imprensa nestes conflitos.

"A PM tem que revidar. Às vezes, usa os meios adequeados, noutras não. Infelizmente, há abusos e eles têm que ser punidos exemplarmente. A mídia tem o dever de apontar isso porque a polícia não pode ter carta branca para atuar e fazer o que quiser", avaliou Storani.

Para Margarida Pressburguer, presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB-RJ, foi mais além. Ela insistiu na importância da desmilitarização da PM.

"Eu até agora não sei o que faz o secretário de Segurança, já que a Polícia Militar sempre erra a mão. Enquanto não desmilitarizar, será sempre assim. A polícia olha o cidadão como inimigo, em qualquer situação. Se você estiver dirigindo falando ao celular, por exemplo, é abordado como bandido. Imagina num protesto?", questionou Margarida.

Você pode gostar