Por thiago.antunes

Rio - Tanto o PMDB quanto o Psol pressionam o corregedor da Alerj, Comte Bittencourt (PPS), a terminar o mais rápido possível a sindicância que pode levar a deputada Janira Rocha à perda do mandato. Comte instaurou o procedimento para investigar acusações de que Janira obrigava funcionários de seu gabinete a devolver parte dos salários para ‘fazer política’. A prática é chamada de ‘cotização’ é configura quebra de decoro parlamentar.

O PMDB quer ver a deputada cassada o quanto antes para afetar o Psol, partido do também deputado Marcelo Freixo. Assim, a legenda de oposição ao governador Sérgio Cabral chega enfraquecida nas eleições do ano que vem. O Psol quer encurtar o desgaste do partido — mesmo que o resultado seja a cassação de Janira.

Decisão é em voto secreto

Os corredores da Alerj estão em polvorosa desde que dois ex-funcionários da psolista tentaram vender por R$ 1,5 milhão um ‘dossiê’ contra ela para a secretária estadual de Proteção e Defesa do Consumidor, Cidinha Campos (PDT) no início da semana. Cidinha chamou a polícia, e os dois foram detidos. No pacote de documentos e gravações também há indícios de práticas que feriram a lei eleitoral na campanha de Janira em 2010. Mas, se comprovada, será a ‘cotização’, que provavelmente levará à cassação.

“É uma quebra de decoro parlamentar muito séria”, diz Comte. Ele promete não ceder a qualquer tipo de pressão. Na quarta-feira, vai ouvir os dois ex-funcionários que fazem as denúncias. O relatório de Comte seguirá para o Conselho de Ética da Alerj, e o parecer será submetido a plenário. A não ser que seja aprovada em Brasília a tempo a PEC do Voto Aberto, o processo contra Janira será decidido em voto fechado.

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