Por tamyres.matos

Rio - O primeiro dia do julgamento dos quatro PMs acusados da morte do menino Juan Moraes, de 11 anos, foi encerrado por volta das 18h40 desta segunda-feira. Quatro testemunhas de acusação foram ouvidas pelo juiz André Luiz Duarte Coelho, da 4ª Vara Criminal de Nova Iguaçu. Mais sete testemunhas, também da acusação, serão ouvidas a partir das 10h desta terça.

O depoimento mais aguardado é o do delegado Ricardo Barbosa, da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), que era o titular da Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense na época da morte de Juan. Como responsável pelo inquérito, ele vai responder questões sobre todo o desenvolvimento da investigação. De acordo com o promotor Sérgio Ricardo Fernandes Fonseca, o delegado deve ser inquirido por pelo menos duas horas.

Menino foi morto em 2011 durante operação da polícia na comunidade DanonPaulo Alvadia / Agência O Dia

Mãe do menino chora durante depoimento

Terceira testemunha de acusação a depor, Rosinéia Moraes, mãe da vítima, chorou ao lembrar do filho. "Ele era uma criança como qualquer outra, brincava e estudava", disse ela, respondendo aos questionamentos do Ministério Público.

Rosinéia também declarou que sua casa teria sido saqueada por "homens de farda", depois que ela e a família deixaram o imóvel, no bairro Danon, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, para integrar o programa de proteção à testemunha. Rosinéia disse também que o irmão dela teria fugido do local, já que "homens fardados" também estariam rondando a casa e procurando os parentes.

A mãe de Juan relembrou que, na noite do crime, ouviu rajadas de tiros e depois saiu para procurar os filhos. Encontrou Wesley ferido e chegou a questionar um dos PMs que estava no beco, sobre o paradeiro de Juan: "O senhor viu uma criança inocente por aqui?". O policial respondeu que não.

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