Rio - Por determinação do desembargador Lindolpho Morais Marinho, da 16ª Câmara Cível, o Governo do Estado terá que pagar uma pensão mensal de um salário mínimo à família do pedreiro Amarildo de Souza, desaparecido desde o dia 14 de julho, quando estava sob a custódia de PMs da UPP da Rocinha.
Em seu despacho, o magistrado diz que a família de Amarildo passa por necessidades: “É inequívoco que sua família passa por privações materiais e imateriais”. O desembargador deu prazo de cinco dias para o cumprimento da decisão, que prevê ainda que os familiares de Amarildo tenham direito a tratamento psicológico no valor de R$ 300 por sessão.
Policiais da Delegacia de Homicídios (DH) realizaram, na noite de domingo, a segunda parte da reprodução simulada do sumiço do pedreiro. A reconstituição, que durou seis horas, tinha como objetivo recriar a versão para a trajetória da viatura, quando os PMs alegaram que levaram Amarildo à delegacia.
Os policiais fizeram o percurso, separados, e acompanhados de um perito, que tinha uma câmera acoplada no corpo para gravar a área externa da viatura. O laudo técnico da reconstituição deve estar pronto em até 20 dias e com ele a DH espera desvendar o mistério do sumiço.
Viatura foi à área portuária
Na reconstituição, a viatura saiu da Rocinha e seguiu para a Zona Portuária do Rio. Depois, voltou ao local, pelo mesmo caminho, porém, com uma parada no Batalhão de Choque. Na versão do depoimento dos PMs, Amarildo já não estava mais na viatura quando saíram da Rocinha. O trajeto foi identificado também por conta do GPS do veículo policial.
Na semana passada, houve uma primeira reconstituição, que durou cerca de 16 horas, dessa vez, sobre a abordagem dos dois policiais ao ajudante de pedreiro feita antes do desaparecimento.