Por thiago.antunes

Rio - O terceiro dia do julgamento dos policiais militares acusados de terem assassinado Juan Moares Neves e Igor Souza Afonso, realizado nesta quarta-feira, na 4ª Vara Criminal de Nova Iguaçu, do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, começou com o depoimento do coronel Sérgio Luiz Mendes Afonso, que, na época dos crimes, comandava o 20º BPM (Mesquita), na Baixada Fluminense.

Segundo a testemunha, a PM foi acionada no dia seguinte à morte de Juan, para atuar em uma manifestação de moradores na favela Danon, em Nova Iguaçu, devido ao desaparecimento de uma criança. Quanto aos policiais, o coronel afirmou que os agentes estavam cumprindo ordens e que, por questão de hierarquia, não poderiam ter se recusado a fazer o patrulhamento na comunidade, mas poderiam ter pedido reforço, caso julgassem necessário.

Pessoas são revistadas antes do julgamentoSeverino Silva / Agência O Dia

A defesa dos policiais acusados apresentou áudios do atendimento de emergência da Polícia Militar, com ligações de supostos moradores da favela em Nova Iguaçu denunciando haver tráfico de drogas no local. A identidade dos denunciantes e a veracidade dos fatos relatados por eles foram questionadas pelo representante do Ministério Público.

O segundo depoimento do dia foi do perito Miguel Arcanjo da Silva, do Instituto de Criminalística Carlos Éboli. Miguel explicou como chegou às conclusões sobre a trajetória das balas que atingiram tanto as vítimas quanto o beco onde os crimes ocorreram, descritas em seu laudo de reprodução simulada.

Nesta quinta-feira haverá debate entre defesa e acusação, e a sentença deve ser divulgada na madrugada de sexta.

Relembre o caso

Os policiais militares Isaias Souza do Carmo, Edilberto Barros do Nascimento, Ubirani Soares e Rubens da Silva são acusados de dois homicídios dolosos (com intenção de matar) qualificados (motivo torpe e sem chance de defesa das vítimas) contra Igor Souza Afonso e Juan Moares Neves, além de duas tentativas de homicídio doloso, também duplamente qualificado, contra Wesley Felipe Moares da Silva e Wanderson dos Santos de Assis.

Os crimes aconteceram em junho de 2011, durante uma operação do 20°BPM (Mesquita) na Favela Danon, em Nova Iguaçu.

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