Rio - Com aval da presidenta Dilma Rousseff, em decreto divulgado nesta quarta-feira no Diário Oficial da União, 14 imóveis da Companhia Docas, na Zona Portuária, foram declarados como utilidade pública para desapropriação. Entre os terrenos, está a quadra da Unidos da Tijuca e uma ocupação de 56 famílias do Quilombo das Guerreiras, na Avenida Francisco Bicalho.
De acordo com o decreto, as desapropriações devem ser efetivadas em dois anos e meio, mas a Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto (Cdurp) pretende fazer as remoções a longo prazo.
“Não vamos desapropriar tudo de uma vez. Os terrenos ainda serão avaliados junto com Docas para vermos as prioridades. O que encontrarmos de ocupação familiar, daremos tratamento diferenciado”, explicou o presidente da Companhia, Alberto Silva. De imediato, os imóveis da Francisco Bicalho terão prioridades, pois darão lugar ao empreendimento da Trump Towers, de origem americana.
Tanto a Unidos da Tijuca quanto o Quilombo já sabiam, há mais de um ano, da intenção de desapropriação. A agremiação ainda não tem para onde ir. Segundo o presidente da escola, Fernando Horta, o prefeito se comprometeu a construir uma nova quadra mas até agora não apresentou nenhuma proposta oficialmente. No início do mês passado, Paes afirmou que abrigará a Tijuca nos arredores da Quinta da BoaVista.
“Gostaria de continuar na Zona Portuária. Acredito que depois do carnaval de 2014 iremos definir isso de uma vez com o prefeito”, declarou Horta, que paga R$ 7 mil de aluguel mensal à Docas pela quadra da Francisco Bicalho.
O Quilombo já tem terreno fechado,—serão 119 unidades habitacionais em quatro imóveis na Gamboa cedido pela Prefeitura e União—no entanto, as obras não começaram. O impasse é devido a liberação de verba do Minha Casa Minha Vida Entidades.
Os demais terrenos da lista de desapropriações funcionam como galpões. Um deles serve para armazenar sucata das escolas de samba.