Por thiago.antunes

Rio - Os seguidos conflitos entre policiais e manifestantes marcam a Polícia Militar desde junho, quando se iniciaram os protestos que ganharam as ruas do Rio. Na tentativa de manter a ordem, mas evitar confrontos, o comando da corporação está debruçado sobre o projeto da criação do Batalhão de Grandes Eventos, medida inédita na história da PM fluminense.

A ideia é que a nova unidade seja formada por agentes especializados em mediação de conflitos para evitar o emprego do Batalhão de Choque. Além disso, poderia liberar os demais batalhões para atuarem no policiamento normal.

Coronel Luís Castro%2C comandante da PM%3A ‘Não apoiamos a violência’Carlo Wrede / Agência O Dia

A criação da nova força foi anunciada ao DIA pelo comandante-geral da corporação, coronel Luís Castro. “Estamos estudando esse grupo específico para atuar em manifestações, que, no futuro, poderá até ser usado no policiamento de jogos e grandes eventos. A ideia é evitar ao máximo o conflito, trabalhando com policiais treinados. Não apoiamos a violência, nem do policial, nem do manifestante”, afirmou.

Desde o início dos protestos, 11 PMs foram afastados do trabalho nesses eventos e estão sendo investigados por excessos. Segundo estudo feito pela PM, o objetivo é que a nova unidade conte com cerca de 500 policiais. Todos eles receberão treinamento específico sobre a atuação da PM, controle de distúrbios urbanos e mediação de conflitos e negociação, entre outras técnicas adaptadas à realidade das manifestações.

Parte dessas modalidades já está incluída na grade de disciplina do curso de formação de soldados, que prepara os novos policiais para atuar nas Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs).

O Batalhão de Grandes Eventos ainda não tem data definida para começar a atuar. “Precisamos concluir os estudos para ver de onde virá o efetivo que vai formar o batalhão”, ressaltou o coronel Luís Castro.

Balas de borracha no quartel

Para Luís Castro, comandante da PM, a criação do Batalhão de Grandes Eventos é a conclusão de uma série de estudos e medidas tomada pela corporação para melhor lidar com os atos — que, muitas vezes, terminaram em tumulto e quebra-quebra provocado por grupos radicais.

Algumas das estratégias já surtiram efeito: desde o dia 3 de setembro, a PM deixou de usar balas de borracha durante as manifestações e também diminuiu o uso de gás lacrimogêneo e sprays de pimenta por policiais das unidades operacionais.

Uma outra medida adotada da Polícia Militar foi evitar o pronto emprego do Batalhão de Choque que, segundo o comandante, só será acionado em casos de extrema necessidade.

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