Rio - A saída do PSB do governo Dilma Rousseff gerou “insegurança” e “intranquilidade” no partido no Rio. A avaliação é do presidente do PSB no estado, Alexandre Cardoso, que foi surpreendido pela decisão anunciada por Eduardo Campos na quarta-feira.
“Há 20 dias falei com o Eduardo (Campos), e ele disse que a decisão ia ser tomada ano que vem. Ninguém falava disso no partido. Isso gera insegurança. As coisas estavam esfriando e esquentaram de novo, os nervos voltaram a ficar à flor da pele”, disse o prefeito de Duque de Caxias ontem. Alexandre não escondeu a irritação com o presidente nacional do PSB, que escreveu em carta entregue a Dilma: “Temos sido atingidos, sistemática e repetidamente, por, comentários e opiniões, jamais negadas por quem quer seja, de que o PSB deveria entregar os cargos que ocupa na estrutura governamental.”
O problema é que o governador de Pernambuco resolveu que já estava na hora de botar o bloco na rua para a campanha presidencial ano que vem e não combinou com os ‘russos’ no Rio, onde o PSB é da base aliada ao governo Sérgio Cabral. Por isso, no Rio ainda reina o astral do ‘estamos juntos’, e, aqui, o PSB é pró-Dilma e pró-Luiz Fernando Pezão.
“Sou aliancista. Como é que fica? O partido não é mais aliancista na nacional? O PSB do Rio está analisando a situação. No início da semana vou ouvir as pessoas. É isso que um presidente faz”, provocou Alexandre, que ainda não fala em sair do partido. Ainda. Ele prefere deixar passarem alguns dias para esfriar a “fervura”. E, em lugar de ameaçar trocar de legenda, por enquanto apenas lembra: “Eu não sou só eu. Eu sou um grupo político.” Por enquanto.