Rio - A guarda do Palácio Guanabara foi pega de surpresa de madrugada, quando manifestantes chegaram à porta da sede do governo estadual, em Laranjeiras, que estava sem grades. Por volta da meia-noite, cerca de 60 pessoas saídas de um baile ocuparam as escadarias e a entrada principal, sendo que 15 delas teriam arrombado e invadido o Salão Nobre, de acordo com o Executivo fluminense. Logo após o protesto, grades foram recolocadas e havia três viaturas da PM no local.
Em nota, o governo informou que ‘o caso foi registrado na 9ª DP (Catete) e que os invasores serão criminalmente responsabilizados’. A Polícia Civil afirmou que há investigações em andamento para identificar os envolvidos e que o caso foi registrado como desobediência e dano ao patrimônio. Segundo o jurista Luiz Flávio Gomes, as penas são baixas e cabem medidas alternativas, como multa e pagamento de cesta básica.
Como só havia quatro guardas, policiais do 2º BPM (Botafogo) e do Batalhão de Choque foram acionados, mas não houve confronto, e os manifestantes deixaram o palácio após 15 minutos.
Os jovens estavam em um baile de máscaras na Praça São Salvador, em Laranjeiras, para ironizar a proibição do uso de máscaras nas manifestações, quando seguiram até a sede do governo, cantando marchinhas e gritando palavras de ordem.
Após subir a escadaria do Palácio, os jovens se aproximaram dos policiais, pedindo abraço coletivo e dizendo ‘é só amor’. Porém, em seguida, um grupo teria forçado a entrada no prédio e conseguido arrombar uma das portas do Salão Nobre. Não houve danos no interior da sede.
Quando o 2º BPM e o Choque chegaram, manifestantes se retiraram e fecharam a Rua Pinheiro Machado por alguns minutos, enquanto cantavam e dançavam.
Batuque e gritos de guerra deixam vizinhos irritados
Os batuques e a cantoria dos jovens na madrugada deixaram moradores de prédios próximos ao Palácio da Guanabara incomodados. É o caso da autônoma Vera Regina Castilho.
“Foi um absurdo. Os manifestantes acordaram todo mundo, só saíram daqui depois de 1h da manhã. É uma falta de respeito com os moradores. E ainda ficavam gritando palavrões horríveis”, contou.
Com tom mais ameno, a publicitária Gislaine Brito contou que se mudou para Laranjeiras há três meses com o marido, o engenheiro Vinícius Sabino. “Vim de Florianópolis e foi um choque. Sou a favor das manifestações, mas contra os mascarados e a atuação violenta da polícia. Esta manifestação foi rápida e tranquila. O pior é quando tem bomba de gás”.