Rio - O tiroteio que assombrou moradores de Madureira na noite de terça não foi suficiente para a Polícia Militar mobilizar mais recursos e proteger quem mora na região. O comandante do 9º BPM (Rocha Miranda), tenente-coronel Miguel Ramos, admite que não tem efetivo para acabar com a guerra do tráfico nos morros da Serrinha, Cajueiro e Juramento, pois não tem como fazer operação nas comunidades para prender traficantes.
“Estamos com patrulhamento preventivo no entorno das comunidades para evitar a tentativa de tomada da Serrinha pelos traficantes do Cajueiro. Não tenho efetivo para patrulhar toda a minha área. Não consigo entrar nas comunidades, mesmo recebendo policiais em Regime Adicional de Serviços (quando o PM de folga recebe para ajudar)”, relatou o oficial.
Segundo ele, as forças especiais (como o Bope e o Batalhão de Choque) serão enviadas para Madureira em breve, mas o tenente-coronel não sabe a data nem detalhes desta operação. “Esse planejamento não passa por nós, não é da nossa alçada”, se justificou.
A guerra do tráfico também afeta o comércio local. A Serrinha e o Cajueiro são separados pela principal avenida do bairro: a Edgard Romero, onde ficam o Mercadão de Madureira, escolas, universidades e farto comércio de rua.
Um morador e comerciante, que pediu para não ser identificado, disse que “bondes” de bandidos em motos e armados de fuzis são comuns na região. “E quando eles passam aqui por baixo (na Edgard Romero) ainda aproveitam para roubar quem está indo ou voltando do trabalho. É uma situação desesperadora”, relatou.
Segundo investigações da Polícia Civil, criminosos da Serrinha estão cercados por facções rivais que dominam os morros do Cajueiro e Juramento. A área de mata entre o Cajueiro e o Juramento seria usada pelos bandidos para se esconder e preparar a invasão da Serrinha.
A Secretaria de Segurança não informou se as comunidades de Madureira estão nos planos das próximas UPPs .