Rio - A Justiça será acionada para tentar conter o colapso provocado pela falta de profissionais no Instituto Nacional de Câncer (Inca). A Defensoria Pública da União esteve nesta segunda-feira no principal hospital da autarquia e constatou o déficit de 900 funcionários em toda a rede. Na unidade central, a radioterapia e o centro cirúrgico funcionam com capacidade reduzida. Uma ação civil pública será ajuizada semana que vem pedindo contratação temporária de profissionais.
O ‘caos’, como a própria direção do instituto caracterizou, acontecerá quando o Inca rescindir, em dezembro, o convênio com a Fundação Ary Frauzino, responsável por fornecer profissionais ao hospital há 20 anos. A decisão de suspender o contrato foi dada pelo Tribunal de Contas da União em 2006.
“Vamos ter que demitir mais de 600 funcionários da fundação e a perspectiva de repor é por meio de concurso que nem tem data para sair”, desabafou o diretor-geral do Inca, Luiz Antonio Santini. O defensor público federal Daniel Macedo disse que vai pedir à Justiça a continuidade do convênio até que os concursados ocupem a função.
Na avaliação do defensor, a situação do Inca é grave. Por conta da falta de profissionais, agravada a cada mês com a saída de médicos em busca de melhores salários na rede privada e por conta das aposentadorias, o instituto já fechou 10 leitos do CTI e oito salas cirúrgicas. Só de anestesistas, o Inca carece de 24 profissionais.