Rio - Elder Marinho, de 22 anos, acusado de estuprar e matar a menina Rebeca Miranda de Carvalho, 9 anos, no último sábado, na Favela da Rocinha, disse estar arrependido do crime. O acusado falou pouco durante a sua apresentação, na manhã desta sexta-feira, na Divisão de Homicídios (DH). Ele tem uma filha de quatro meses, que vive no Ceará, e está há sete meses no Rio, onde trabalha em um condomínio de São Conrado, próximo à comunidade. Ele bebia em um churrasco próximo ao local onde a menina estava em uma festa infantil.
De acordo com o delegado da especializada, o acusado disse que deixou o churrasco e se dirigia para um bar quando encontrou Rebeca e a arrastou para o terreno onde ela foi estuprada e estrangulada. Após o crime, ele seguiu para o bar e bebeu como se nada tivesse acontecido.
Ainda segundo o depoimento de Elder, quando ele chegou em casa deu falta de seu celular e voltou ao local para buscá-lo. O estuprador ainda roubou o celular da vítima, encontrado durante a sua prisão, quando ainda vestia as roupas que usava durante o crime. Após o fato, ele fugiu para Rio das Pedras, onde foi preso.
'Justiça vai cuidar dele para não cometer outro erro', diz pai da vítima
Reinaldo dos Santos, pai da menina Rebeca, disse não ter ódio do acusado. "Não existe, pois onde há amor não há ódio. A Justiça vai cuidar dele para não cometer outro erro. Tenho que ter muita força", disse. Ele agradeceu a Deus e a todos a todas as pessoas que ajudar a elucidar o crime.
Elder tinha comprado uma passagem para esta sexta-feira às 10h e se preparava para fugir para o Ceará. Ele tem outra passagem por estupro no estado nordestino, quando ainda era menor de idade.
Elder foi preso na noite de ontem por agentes da Divisão de Homicídios (DH) em Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio. Segundo os policiais, ele confessou o crime. A prisão preventiva de Elder foi decretada.
Moradores realizavam um protesto na Autoestrada Lagoa-Barra, na altura da Rocinha, quando souberam da prisão do suspeito e foram para a frente da DH. No momento da prisão, Elder estava com um rosto arranhado.
Laudo aponta que criança levou mordidas
A menina Rebeca foi vítima de abuso sexual segundo laudo do Instituto Médico Legal (IML). Segundo o chefe de operações da Divisão de Homicídios (DH), Rafael Rangel, a causa da morte da jovem foi esganadura. Ela também apresentou marca de mordidas pelo corpo.
Rebeca foi encontrada morta na madrugada deste domingo na Favela da Rocinha, em São Conrado, na Zona Sul, com as roupas íntimas abaixadas. O crime foi cometido a cerca de 100 metros da sede da UPP local, na localidade conhecida como Cachopa.
"Interromperam o sonho da minha filha, Ela era uma menina decente. Quero justiça", disse, emocionado, o motorista de ônibus Reginaldo dos Santos, pai da jovem. Os moradores da comunidade planejam uma manifestação para quarta-feira.
A perícia encontrou o corpo da menina sob telhas, sem roupas íntimas e com vestígios de sangue. Rebeca foi encontrada por volta de 7h30 por um amigo que reconheceu seu chinelo no acesso a uma obra abandonada. O local não é iluminado à noite.
Ela havia sido vista pela última vez, quando saiu de uma festa infantil, por volta das 22h30, para entregar um pedaço de bolo para a mãe, que a esperava. Parentes realizaram buscas no morro durante toda a madrugada e registraram o desaparecimento na 15ªDP (Gávea). Para a mãe da menina, Maria Miranda, o crime foi cometido por alguém de fora da Rocinha: “Muitas pessoas vieram para cá depois da implantação da UPP”.