Por thiago.antunes

Rio - Após quase quatro meses, nada totalmente esclarecido e ninguém punido. A PM informou nesta quinta-feira que, de junho a outubro, sete sindicâncias foram abertas para apurar supostas condutas irregulares de policiais militares durante as manifestações no Rio. Em nota, segundo a corporação, ‘todos os procedimentos ainda estão em andamento, pois cabem recursos, o que tornam os processos mais lentos’. Entretanto, a PM afirmou que ‘as investigações já apontam para a punição e o afastamento de policiais’, mas não revela o número de agentes sob suspeita.

A Corregedoria Geral Unificada (CGU) também acompanha os inquéritos sobre possíveis excessos dos servidores. Em relação ao caso dos dois oficiais flagrados num vídeo veiculado por ‘Globo Online’ supostamente forjando a apreensão de três morteiros para incriminar um adolescente, no dia 30, a CGU afirma que requisitou à 5ª DP (Gomes Freire) cópia do inquérito com as declarações dos policiais para análise.

PM segue com morteiro na mão até grupo de jovens. Após abordagem, larga os explosivos no chão e acusa menor de posseReprodução

A PM identificou como major Pinto, do 5º BPM (Praça da Harmonia), e tenente Andrade, do 20º BPM (Mesquita), os dois oficiais que aparecem prendendo o menor na Cinelândia e o conduzindo à 5ª DP. Eles prestaram depoimento ontem na 3ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar (DPJM), no Méier, e já foram afastados das ruas em dias de protestos.

“Quando o comandante-geral, coronel Luís Castro, viu as imagens, determinou à Corregedoria a abertura de sindicância para apurar os fatos. A Polícia Militar não compactua com ilegalidades, com atos abusivos”, afirmou o relações-públicas da PM, coronel Claudio Costa.

A PM pediu que testemunhas de possíveis casos de excessos e desvios de conduta informem à Corregedoria da instituição, pelo telefone 3399-1199, a fim de que sejam apuradas as denúncias.
O Ministério Público, por sua vez, informou que entrou em contato com o advogado do adolescente para que ele preste depoimento nos próximos dias.

Na noite de segunda-feira, o adolescente levado à delegacia caminhava tranquilamente pela Cinelândia quando foi abordado pelo tenente Andrade, que já segurava na mão um morteiro. Para revistar a mochila do jovem, o oficial joga o artefato no chão. Nesse momento, o major Pinto aparece na imagem, e são ouvidas frases como ‘o senhor está com três morteiros’.

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