Rio - Muitas guerras já aconteceram e ainda acontecem pelo mundo. Só os mais bem preparados é que conseguem ser vitoriosos no combate. É interessante constatar que, quando há embate, até mesmo o vencedor não consegue mensurar o porte e a durabilidade da vitória, porque todo o processo é, também para ele, difícil, sofrido e cheio de exigências. E quando a vitória chega, ainda assim ele se mantém constantemente atento, porque sabe que, a qualquer momento, pode ser surpreendido por novo ataque. É a velha história de que se trata apenas de mais uma batalha na guerra.
Não sei se você já se deu conta, mas dentro de cada um de nós e ao redor da nossa vida há constantemente uma luta violenta e intensa em andamento. Sim: como somos amados por um Pai amoroso, que nos deu como herança sua imagem e semelhança, travamos, diariamente, combates. São batalhas diárias contra nós mesmos e contra o inimigo de Deus, que fica nos rondando à espreita da ocasião para nos afastar do Senhor, tentar mexer na nossa herança divina e, assim, bagunçar a nossa vida ao manchar ou mesmo destruir nossa dignidade de Filhos de Deus. É por isso que, ao rezarmos o Pai-Nosso, oração universal que temos conhecido melhor a cada semana, pedimos: “Não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal.”
É uma súplica de força. Nós pedimos ao Pai que não nos deixe seguir pelo caminho que conduz ao pecado e afirmamos estar empenhados no combate entre a carne e o Espírito, que se trava constantemente no nosso interior. É importante tomar consciência de que tentações partem das nossas próprias aspirações desordenadas. Deus não nos tenta. Ao contrário: Ele nos fortalece, para que não consintamos com a tentação, e nos livra do mal.
Com esse pedido, também estamos implorando por discernimento, para sabermos qual a decisão correta a ser tomada num momento de tentação, e clamando que o Espírito Santo nos mantenha em constante estado de vigilância, para que o pecado não nos domine.
Ao pedirmos para que o Pai nos livre do mal, este ‘mal’ não é uma abstração, mas uma pessoa, Satanás, o Maligno, o Diabo, já que ele é aquele que vai contra o desígnio de Deus e contra a sua obra de salvação. Ou seja, ao pedirmos para sermos libertos do Maligno, pedimos igualmente para sermos livres de todos os males, presentes, passados e futuros, dos quais ele é autor ou instigador. E como rezamos em comunhão com a Igreja, ainda levamos à presença do Pai a desolação do mundo, para que ocorra a libertação dos males sobre a humanidade.
Nós precisamos do Espírito S’’anto para termos consciência de nossas limitações humanas e descobrirmos o quanto somos dependentes da graça de Deus! E, sem dúvida, a oração é o nosso preparo para as batalhas, porque é ela que nos capacita para o bom combate da fé. Eu quero me manter constantemente vigilante e em oração, para vencer o pecado e chegar ao céu. E você? ‘Tamu junto’!
Padre Omar é o Reitor do Santuário do Cristo Redentor do Corcovado. Faça perguntas ao Padre Omar pelo e-mail padreomar@padreomar.com. Acesse também www.padreomar.com e www.facebook.com/padreomarraposo