Rio - Nove comunidades do Complexo do Lins, na Zona Norte, começam a ser ocupadas hoje para a implantação da 35ª Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do estado - conforme O DIA antecipou semana passada -, com uma novidade: pela primeira vez em ações desse tipo, policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) não farão revistas em suspeitos. A missão ficará a cargo de PMs de diversas UPPs, especializados em abordar moradores.
A Secretaria de Estado de Segurança espera reforçar a política de maior proximidade com a comunidade, enquanto o Bope fica por conta de apreensões de armas, drogas e prisões de bandidos. A ocupação, que vai provocar o fechamento de algumas vias, contará com aproximadamente dois mil homens e grande aparato.
Só o Comando de Operações Especiais (COE), que reúne o Bope, o Batalhão de Choque, o Batalhão de Ações com Cães (BAC) e o Grupamento Aero Móvel (GAM), terá 350 PMs. Além de agentes da Polícia Civil, 180 fuzileiros navais darão apoio às tropas. Parte dos fuzileiros usará 14 blindados, quatro carros anfíbios e outros quatro modelo Piranha.
Os motoristas devem evitar deixar carros nas ruas. A Autoestrada Grajaú-Jacarepaguá estará bloqueada, assim como a Rua Lins de Vasconcelos. As forças de segurança vão subir os morros Árvore Seca, Amor, Encontro, Barro Preto, Barro Vermelho, Gambá, Cachoeirinha, Cachoeira Grande e Camarista Méier ao raiar do dia. Alguns, fora do complexo, serão vigiados para evitar fuga de traficantes.
A UPP do Lins trará ainda um outro diferencial: terá seu efetivo definitivo em menos de um mês, diferente das demais, que ainda ficavam sendo policiadas pelo Bope por um período. A Polícia Militar já tem uma boa reserva de policiais recém-formados aguardando novas UPPs.
OAB e entidades estarão a postos contra abusos policiais
A Rede de Comunidades e Movimentos contra a Violência montará “esquema preventivo” contra possíveis abusos por parte de homens das forças de seguranças contra moradores. Nas quadras das escolas de samba Lins Imperial e Unidos do Cabuçu, representantes da rede, Defensoria Pública, da Secretaria de Estado de Segurança, da Comissão de Direitos Humanos da OAB, além de membros do Grupo Habeas Corpus, acompanharão as ações e receberão denúncias.
A UPP do Lins furou a fila do conjunto de favelas da Maré, monitoradas há mais de um ano, porque a violência no Grande Meier disparou. Criminosos de outras áreas pacificadas passaram a se abrigar no Lins e praticar crimes nos bairros vizinhos. Há duas semanas, o subtenente do Bope, Marco Antonio Gripp, morreu na Covanca, em Jacarepaguá, em ação para prender bando que havia saído do Lins