Por thiago.antunes

Rio - A mais nova região pacificada da cidade, o Complexo do Lins, tem tradição de samba. É de lá a Unidos do Cabuçu e a Lins Imperial, escolas que já fizeram história no Grupo Especial, mas que há anos amargam no Grupo de Acesso. Com muitas dificuldades financeiras, tentam voltar à Marquês de Sapucaí. A chegada da UPP pode ajudar nessa recuperação.

O diretor da Lins Imperial, Edvaldo Messias, que tem como presidente João de Oliveira da Silva, o João Banana, acredita que a pacificação do complexo atrairá sambistas de outros bairros à quadra e até patrocinadores. “Nunca tivemos problemas de segurança aqui. Sempre funcionamos. Mas muita gente agora vai achar mais seguro chegar aqui e isso pode atrair pessoas de outros lugares e até patrocinadores”, acredita.

Edvaldo%2C da Lins Imperial%2C espera receber mais gente nos ensaiosAlessandro Costa / Agência O Dia

E o tema escolhido para o carnaval do ano que vem — “Tenha Fé” — tem a ver com a expectativa de dias melhores para a escola com a pacificação, embora Edvaldo diga ser coincidência. O samba ainda não foi escolhido. “Não temos dinheiro e estamos lutando para voltar ao Grupo Especial. Ganhamos fantasias e estamos reformando-as para o desfile do ano que vem”, contou Edvaldo.

Também na região, a Unidos do Cabuçu, fez história no samba quando ganhou o título de primeira campeã na então recém inaugurada Marquês de Sapucaí em 1984, embora não estivesse no Grupo Especial. A agremiação fazia parte do Grupo de Acesso, que foi o primeiro a desfilar na nova Passarela do Samba, e por isso levou o título. 

Já a Lins ganhou fama com o enredo sobre Chico Mendes, quando integrava o Grupo Especial.

Cabuçu à espera de patrocínio

Para o diretor da Unidos do Cabuçu, Carlos Alberto da Silveira, a pacificação não vai mudar muito o panorama: “Nossa quadra sempre encheu. Ninguém quer investir no Grupo de Acesso. Acho que isso não vai acontecer nem com a região pacificada”. A Unidos do Cabuçu escolheu seu samba no domingo, horas depois da instalação da UPP: “Tire sua mordaça do caminho... Que eu quero gritar a minha cor...”, de autoria de Clebson Prate e Laerte Gulini, contará a história da Escrava Anastácia.

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