Por tamyres.matos

Rio - Em um evento promovido pela Secretaria Municipal de Transportes, o presidente do consórcio Porto Novo, José Renato Ponte, contestou a declaração dada pelo prefeito Eduardo Paes, de que o consórcio seria responsável pelo dano ao patrimônio no caso do furto das vigas. “Não se trata de falha na segurança, mas sim, de termos subestimado a capacidade de as pessoas furtarem as vigas. A Porto Novo não tem responsabilidade pelo crime”, alegou.

Ponte ainda contestou o valor de R$ 14 milhões atribuído às peças. “Certamente, quando falaram neste valor, estava relacionando às 900 vigas totais da Perimetral. Não é isso tudo, não. Provavelmente, o material foi vendido como sucata”, alegou.

Seis vigas de aço tiradas da Perimetral%2C com 40 metros e 20 toneladas cada%2C foram roubadasEstefan Radovicz / Agência O Dia

Porém, o professor do Departamento de Engenharia Civil do Centro Técnico Científico da PUC (CTC/PUC), Vicente Garambone, confirma o alto custo da estrutura. “É cara sim. Um furto desses exige investimento, e é improvável que as vigas fossem vendidas como sucata, que daria apenas R$ 20 mil. Só de caminhão guindaste, o gasto estimado é de R$ 5 mil, fora mão de obra, como maçariqueiro qualificado”, explicou.

A Delegacia de Roubos e Furtos começou, ontem, a investigar o furto das seis vigas de aço, com mais de 100 toneladas no total, retiradas da Perimetral. Como de praxe, a Polícia Civil vai ouvir testemunhas e analisar as imagens gravadas pelas câmeras do Centro de Operações do Rio, localizadas próximas ao terreno, no Caju, Zona Portuária, de onde o material foi levado.

O registro foi feito tanto pela prefeitura quanto pelo consórcio Porto Novo, que estava com a guarda das vigas antes de elas desaparecerem.

Prefeitura volta a culpar empresa

Diante da declaração do presidente do consórcio Porto Novo, José Renato Ponte, que isenta a empresa do setor privado de culpa sobre o desaparecimento das vigas, a Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto de Rio de Janeiro (Cdurp) emitiu uma nota, onde reafirmou que o consórcio tinha a responsabilidade pela transferência e guarda do material.

As vigas sustentavam o elevado%2C estavam em um depósito estadual e dariam para erguer duas torres EiffelEstefan Radovicz / Agência O Dia

O órgão público também completou que o terreno, no Caju, de onde o material foi levado, pertencia, na verdade, ao governo do estado, que cedeu o espaço para as operações do Porto Maravilha.

No material, a Cdurp ainda voltou a ressaltar que vai cobrar providências para recuperação do material ou eventual ressarcimento do patrimônio da Porto Novo, e que já está providenciando as gravações de câmeras de trânsito para ajudar a polícia.

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