Por cadu.bruno

Rio - Um homem de 44 anos identificado como Alcimar Alves foi preso neste domingo acusado de assassinar a universitária Pâmela Belarmino, de 19 anos, encontrada morta no início da manhã deste sábado na Praia da Ribeira, na Ilha do Governador, na Zona Norte. O corpo da jovem é sepultado neste domingo no Cemitério de Irajá. O suspeito é um colega de faculdade da vítima. Ele foi preso por agentes da Divisão de Homicídios (DH) e teria confessado o crime.

Parentes e amigos acompanham velório da universitária PâmelaAlexandre Vieira / Agência O Dia

Cerca de 300 pessoas acompanharam o sepultamento da jovem. Luís Cláudio Vilas Boas, pai da vítíma, disse que acessou a conta da filha no Facebook e suspeitou do homem que acabou preso. "Ele (acusado) acabou com a vida da nossa família. Não sabemos como vai ser daqui pra frente. Queremos justiça", afirmou Luís, que salientou ainda que a filha lutou com o assassino. "Ela lutou pela vida dela, mas infelizmente ele foi mais forte", disse.

Pâmela foi encontrada com sinais de estrangulamento e com o dedo de um dos pés quebrado. Márcia Belarmino, mãe da jovem, desmaiou várias vezes ao longo do sepultamento. "A Pâmela era uma menina que não aparentava ter 19 anos, parecia ter 15. Se vestia de um jeito leve, meigo, e isso pode ter despertado o assédio do assassino", disse Ana Lúcia de Assis, amiga da família.

Mãe da vítima passa mal durante sepultamentoAlexandre Vieira / Agência O Dia

Antes de ser preso, o acusado recebeu uma ligação de familiares de Pâmela e teria apresentado duas versões sobre a saída dois dois da faculdade na manhã de sexta-feira. O tio da jovem, o taxista Anderson dos Santos, de 36 anos, disse que, por telefone, o suspeito contou que foi para o estacionamento pegar seu carro e que Pâmela seguiu para o ponto de ônibus.

Já para a tia da universitária, ele teria dito que os dois lancharam e a estudante o acompanhou até o carro. “Ele gaguejava muito e era notável o nervosismo”, contou Anderson. Em depoimento na Delegacia de Homicídios da Polícia Civil, Alcimar caiu em contradição. Sobre os arranhões em seu corpo, o acusado do crime teria dito que se machucou quando tentava consertar o seu carro.
Muito abalada, a mãe da jovem não consegue comentar o crime. No sábado e no domingo, a vizinha Ana Lúcia de Assis tem falado sobre Pâmela em seu lugar.

Acusado virou ‘monstro’ nas redes sociais

Após o desaparecimento de Pâmela, Alcimar compartilhou em seu perfil no Facebook uma foto da estudante. A atitude causou revolta de amigos e parentes da jovem. Até o final da tarde de ontem, a foto reproduzida por Alcimar no Facebook tinha mais de 30 comentários com frases como ‘você vai pagar seu monstro’ e ‘prisão perpétua’.

Nas redes sociais, Alcimar se apresenta como um homem noivo e pai de uma menina de 2 anos. Há várias fotos com a suposta noiva. Em uma recente postagem, no dia 28 de setembro, o homem reproduziu fotos de vampiros com textos sobre demônios.

De acordo com a DH, um registro do desaparecimento da jovem havia sido feito na última sexta-feira na 21ª DP (Bonsucesso). De acordo com testemunhas, ela foi vista pela última vez por volta das 10h saindo da faculdade Unisuam, em Bonsucesso, de onde seguiria para o estágio, no Centro, mas não apareceu na empresa.

Pâmela Belarmino foi encontrada morta na Ilha do Governadorarquivo pessoal

A mãe, Márcia Belarmino, começou a desconfiar quando a jovem não deu notícias após deixar a faculdade. Segundo Márcia, Pâmela sempre entrava no Skype às 13h e neste dia não apareceu. Preocupados, parentes espalharam cartazes pelo bairro e postaram mensagens na Internet pedindo informações sobre o paradeiro da menina.

“Ela nunca se atrasou no emprego. Estranhamos quando ligaram falando que ela não tinha chegado”, disse Ana Lúcia.

A primeira notícia veio quando uma mulher, que trabalha próximo à Praia da Ribeira, ligou para um dos telefones divulgados nos cartazes e informou que viu um corpo no mar. A informante disse ainda ter visto um casal brigando próximo ao local onde Pâmela foi encontrada.

A estudante estava no sexto período do curso de Administração. Segundo a família, ela não tinha namorado ou ninguém que aparentemente pudesse querer seu mal. “Ela não bebia e saía sempre com a mãe”, lamentou Ana Lúcia. A família afirma ter pedido as imagens das câmeras da faculdade e que teria sido negado.

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