Por thiago.antunes

Rio - Um dos fundadores do grupo independente Mídia Ninja, Bruno Torturra, admitiu que alguns integrantes cometeram excessos durante a cobertura das manifestações ocorridas no Rio. Ele foi um dos palestrantes desta segunda-feira do 8º Congresso Internacional da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji). Bruno revelou ainda que o grupo passa por um momento de estruturação, onde buscam meios financeiros de se manter e estão reavaliando a forma de cobertura dos protestos e de outros assuntos.

"Acho que ainda há um pouco de preconceito, mas também vejo que alguns vídeos foram tendenciosos, dependendo de onde vinham os ninjas (integrantes do grupo) porque muitos deles não são jornalistas, são ativistas. O mais importante não é ter lado, mas ter ética. E mesmo com vacilos, nós temos isso", disse BRuno, ressaltando que está em estudo um "plano de redução de danos", com orientações aos integrantes sobre como fazer as filmagens dos eventos.

No debate sobre os protestos de junho, Bruno ressaltou que acredita que as pessoas devem voltar às ruas com a proximidade da Copa do Mundo e das eleições do ano que vem. Diretor da TV Folha, João Wainer exibiu vídeo sobre a violência de policiais e manifestantes em São Paulo. O depoimento mais chocante foi de jornalista da Folha de São Paulo, que apareceu nas imagens com hematoma no olho provocado por tiro de borracha.

Outra palestra disputada no terceiro dia do congresso, foi a do ministro do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa. Ele falou sobre os avanços e retrocessos das instituições e sobre as polêmicas de biografias não autorizadas. O diretor de Redação de O DIA, Aziz Filho, foi mediador de um debate sobre biografias de ativistas políticos que ficaram conhecidos pela luta contra a ditadura, como Vladimir Herzog e Carlos Marighella.

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