Por tamyres.matos

Rio - O vice-governador Luiz Fernando Pezão se reuniu na tarde desta quinta-feira com o governador Sérgio Cabral e com o presidente nacional do PT, Rui Falcão. Durante o almoço foi discutida a situação de sua candidatura para a sucessão de Cabral à frente do governo do Estado do Rio nas próximas eleições. Após o encontro, Pezão opinou sobre os desdobramentos das confusões ocorridas no protesto do Dia dos Professores.

"O direito de greve dos professores é legítimo, mas depois das manifestações, grupos que não tem nada a ver com os docentes quebram vidros de banco, destroem patrimonio público e colocam fogo em carro da PM", afirmou o vice-governador, que apoiou a ação da Polícia Militar durante os tumultos ocorridos.

Setenta das 190 pessoas detidas nos confrontos que ocorreram após a manifestação dos professores, na terça-feira à noite, foram autuadas com base na nova lei de organização criminosa — criada depois que os protestos se tornaram mais frequentes e que prevê penas mais duras, para crimes como dano ao patrimônio público, formação de quadrilha, roubo e incêndio. Outras 14 pessoas foram presas por delitos como tentativa de furto e lesão corporal.

Os detidos foram levados para oito delegacias espalhadas pela cidade. Os autuados seguiram para o sistema penitenciário. Menores apreendidos — 20 dos 84 presos — foram encaminhados para o Degase. Perguntada se a nova lei facilitou o trabalho das autoridades de segurança, a chefe de Polícia Civil, delegada Martha Rocha, disse que “a polícia está buscando cada vez mais uma forma mais eficaz de enfrentar essa questão”. Disse ainda que “os delegados estão agindo de acordo com essa nova lei”.

"Não tenho muito conhecimento de como foram estas prisões, mas de acordo com o que foi mostrado pela Martha Rocha foram encontrados armamentos como martelos e facas. Isso não é normal, não é trivial. Precisa-se intensificar o combate a este movimento", disse Pezão, sem citar o grupo Black Bloc.

Sobre as eleições do ano que vem, Pezão afirmou que não abre mão da sua candidatura, mas pretende esgotar as possibilidades de diálogo com o PT. No entanto, Falcão também afirmou que Lindbergh segue firme na disputa.

Reportagem: Leandro Resende

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