Rio - De olho na opinião pública, manifestantes estão pensando em adotar uma postura mais pacífica durante os protestos. A decisão foi tomada depois que aumentaram as críticas à violência gerada depois das manifestações. Com isso, eles esperam ganhar mais apoio popular para endossar as causas de lutas. A proposta, porém, ainda está sendo espalhada para todas “as frentes de luta”.
Nesta quinta-feira, um grupo de cerca de 50 pessoas protestou pacificamente na Câmara Municipal pela libertação dos presos na manifestação de terça-feira. De lá, seguiram para o Tribunal de Justiça. A segurança foi reforçada no local, com o apoio de cerca de 30 policiais.
Todos os manifestantes usavam adesivos na blusa com o nome de algum preso, entre eles professores da rede pública, que foram até o local prestar apoio. Uma professora que se identificou como Nadja criticou a prisão dos integrantes do Ocupa Câmara. “Eles não estavam fazendo nada ilegal, e nem black blocs estavam no local. Estamos aqui porque, quando policiais derrubaram senhoras, foram eles que nos ajudaram”, disse a professora.
Um amigo da manifestante Elisa de Quadros, conhecida como Sininho, que teria sido intitulada como líder do Ocupa Câmara pela polícia, mostrou-se preocupado com a situação dela. “Ainda não conseguimos contato com ela, nem a família, nem advogados. Não sabemos se ela está bem ou não”, disse ele, que usa o codinome Game.
Em um vídeo divulgado por Game e Sininho, em setembro, os jovens relataram ter recebido denúncias por telefone de supostos milicianos que os ameaçavam de morte por conta da ocupação da Câmara, em decorrência da desaprovação da composição da CPI dos Ônibus.
Reportagem de Alessandra Horto, Angélica Fernandes, Caio Barbosa, Christina Nascimento, Constança Rezende e Maria Inez Magalhães