Rio - A 21ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ) revogou nesta sexta-feira decisão anterior de manter em prisão preventiva os manifestantes presos em protesto na última terça. Dessa forma, os 31 presos e sete menores apreendidos serão soltos. Eles podem ser liberados ainda nesta sexta caso os documentos cheguem a tempo no presídio em Bangu, na Zona Oeste.
Ao todo, 55 manifestantes já tiveram liberdade provisória decretada. Dentre eles, 33 indiciados que estavam com processo na 21ª Vara Criminal, 20 que estavam na 35ª Vara Crimnal e dois que estavam na 43ª Vara Criminal. Destes, três deixaram a prisão nesta quinta. O restante ainda aguarda os trâmites burocráticos para deixar o presídio. Sete continuam presos.
Todos os detidos durante o protesto que estavam em uma unidade prisional da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), em São Gonçalo, foram tranferidos, na manhã desta sexta-feira, para a Cadeia Pública Bandeira Stampa, no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu.
De acordo com a Seap, a transferência ocorreu porque a Cadeia Pública Juíza Patrícia Lourival Acioli funciona como um centro de triagem, que pode manter os detidos ou encaminhá-los para outros centros penitenciários. Eles tiveram a prisão em flagrante convertida em preventiva, o que significa que eles podem permanecer presos até o julgamento da ação.
Apenas três pessoas que estavam detidas já foram liberadas: o estudade da Escola de Comunicação da UFRJ Ciro Brito Oiticica, Renato Tomaz de Aquino e Gerd Augusto Castelloes Dudenhoeffer.
Nesta quinta-feira, dos 63 indiciados, 25 presos que estavam respondendo a processo tiveram liberdade provisória concedida pela Justiça por não apresentarem risco à população, além de não ter suas condutas criminais individualizadas pela Polícia Civil. Nesta sexta, 22 aguardam a chegada de oficiais de Justiça com os alvarás de soltura no Complexo de Gericinó. Dentre eles está o professor Paulo Bruno, pesquisador da Fiocruz e estudioso do fenômeno Black Bloc.
Grupo faz manifestação na Cinelândia
Cerca de 200 pessoas fazem manifestação nesta sexta-feira na região da Cinelândia, no Centro. O grupo protesta contra os presos durante o ato da última terça-feira. Apenas três manifestantes que estavam detidas já foram liberados.
Muitas pessoas estão com mordaças e cartazes com palavras de ordem como "terrorista é o estado". A Polícia Militar faz a segurança na área. Não há registros de tumultos ou confrontos.
O economista Uwe Schliemann, de 40 anos, levou o filho de três anos ao protesto. "A escola dele está em greve então tenho levados ele aos protestos. É bom que ele aprende desde pequeno a lutar por seus direitos", afirmou.
Simbolicamente, o grupo montou uma barraca em frente à Câmara Municipal. Os manifestantes ainda fizeram um minuto de silêncio em solidariedade aos presos
