Rio - O Ministério Público do Rio denunciou, na tarde desta segunda-feira, os irmãos Matheus da Silva Pontes, 21 anos, e Douglas Silva Pontes, 20 anos, por formação de quadrilha. Os dois foram detidos durante a última manifestação dos professores no Centro do Rio, na última terça-feira, com uma garrafa pet contendo gasolina, uma caixa de fósforos e uma máscara. Um adolescente que estava com eles também foi apreendido. Segundo a denúncia, eles confessaram na 17ª DP (São Cristóvão), que usariam o material para atear fogo em montes de lixo, criando barricadas durante o protesto. Matheus e Douglas seguem presos no Complexo de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste.
O texto foi encaminhado à 40ª Vara Criminal e teve parecer elaborado pelo promotor Filipe Cuerta e aprovado fpelo procurador-chefe Antônio Carlos Biscaia, da Assessoria Criminal. A juíza Renata Gil havia rejeitado o pedido de arquivamento do MP e pediu revisão à Procuradoria Geral de Justiça. O pedido anterior havia considerado a prisão ilegal por entender que não havia provas de que os denunciuados estivessem associados com atividades criminosas e que a posse do material apreendido "não configurava crime".
No entanto, a Assessoria Criminal entendeu que a associação existe "pelo fato de os acusados portarem arma incendiária imprópria e usando um adolescente, vincularem-se ao grupo Black Bloc, infiltrando-se nas manifestações."
Defensoria Pública obtém liberdade de dez adolescentes
A Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro obteve a liberdade de mais dez adolescentes que haviam sido apreendidos nas manifestações do Dia do Professor, na última terça-feira. Na tarde desta segunda-feira, o juiz da Vara de Infância e Juventude da Capital revogou a medida de internação provisória de sete jovens. Outros três conseguiram habeas corpus nesta segunda-feira e estarão em liberdade nas próximas horas.
O pedido da defesa se baseou no fato de os adolescentes serem estudantes, possuírem residência fixa e não terem cumprido anteriormente medidas socioeducativas. Apenas um adolescente assistido pela Defensoria Pública continua apreendido. Um defensor público já solicitou a liberação do jovem.
No domingo, a Justiça concedeu habeas corpus a outros sete jovens. A Defensoria Pública presta assistência jurídica a 18 adolescentes apreendidos nos protestos. Segundo a Secretaria de Estado de Administração Penitencária (Seap) 11 manifestantes presos em Bangu ainda aguardam alvará de soltura concedido pela Justiça do Rio. Nove homens e duas mulheres permanecem presos.