Rio - O Elevado da Perimetral será fechado em definitivo às 19h do dia 2 de novembro. A informação foi dada nesta quarta-feira pelo prefeito Eduardo Paes, em coletiva na prefeitura. De acordo com ele, a demolição do elevado vai acontecer no dia 17 de novembro. A ação faz parte das obras de revitalização da Zona Portuária.
"Peço compreensão da população neste momento de turbulência no trânsito", disse Paes.
Vários testes serão realizados nas próximas semanas. O primeiro acontece na tarde desta quinta-feira, quando a Perimetral será fechada por algumas horas. O mesmo acontece neste fim de semana e no próximo dia 14 de novembro.
"O túnel Binário não vai substituir a Perimetral, mas sim o túnel da Via Expressa, que deve ficar pronto no fim de 2015 e começo de 2016", explicou.
Paes adiou na última semana o fechamento da Perimetral. A medida foi tomada após o recebimento de uma notificação do Ministério Público Estadual (MP), informando que a prefeitura não cumpriu as exigências acordadas judicialmente, que previam a elaboração de um plano para amenizar os impactos negativos na região em razão da demolição.
Cadê as vigas que valem R$ 14 milhões?
O delegado titular da Delegacia de Roubos e Furtos, Rodrigo Santoro, informou ontem que já ouviu trinta pessoas no inquérito do desaparecimento das seis vigas de aço retiradas do Elevado da Perimetral. Cada peça pesa cerca de 20 toneladas. Elas foram levadas de um depósito no Caju. O furto só foi descoberto no dia 11 deste mês. O material foi produzido para durar quatro séculos e, juntas, valem pelo menos R$ 14 milhões.
'Amortecimento' para demolição
A prefeitura ainda faz mistério sobre os detalhes de engenharia para demolição da Perimetral, mas já se sabe que será usada uma espécie de sistema de amortecimento. A intenção é diminuir o impacto nas redondezas, evitando que a queda do elevado abale a estrutura das construções vizinhas e evitando rompimento das redes de água, esgoto e drenagem que ficam no subsolo da Rodrigues Alves.
Quem passa pelo local atualmente já pode ter uma ideia do que vai acontecer. Embaixo do viaduto foram colocadas estacas feitas com pedaços de trilhos de trem, que foram fixadas em galões cheio de concreto. Elas devem segurar a estrutura na hora em que ela cair. Por lá, também são vistas centenas de grandes pneus velhos de caminhão e ônibus. O uso de areia molhada também não foi descartado.
Já se sabe também a resistência do concreto que vai ao chão. Para isso foi preciso perfurar pilares do viaduto. Num raio de duas quadras da Avenida Rodrigues Alves, a equipe da prefeitura está realizando um vistoria de todos os prédios. A Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto do Rio de Janeiro (Cdurp) não deu detalhes da operação, mas disse que optou pela implosão em janeiro. O órgão prometeu divulgar os detalhes em até 10 dias.
MP não está convencido
O Ministério Público informou que ainda não analisou as medidas adotadas pela Prefeitura do Rio para amenizar os impactos da interdição da Perimetral. Os documentos que mostram os detalhes das ações só foram enviados na última terça-feira.
Ainda segundo o MP, o novo cenário não prevê como as vias alternativas vão se comportar quando receberem o fluxo das pistas da Perimetral. E só será possível saber com exatidão, quando as mudanças forem efetivamente postas em prática. O adiamento do fechamento da Perimetral foi solicitado, na semana passada, pelo MP, que considerou que as medidas para mitigar os impactos no trânsito não tinham sido plenamente atendidas.