Por cadu.bruno

Rio - Parte do comércio nas imediações do Morro do Pavão-Pavãozinho, em Copacabana, Zona Sul, não abriu as portas na manhã desta quinta-feira. Um homem identificado como Tomaz Rodrigues Martins, de 30 anos, morreu baleado nesta madrugada na comunidade. Moradores disseram que a vítima residia na comunidade e era trabalhador.

Eles acusam PMs da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) pelo tiro fatal. O policiamento está reforçado. Até às 9h, apenas um supermercado funcionava normalmente.

Segundo PMs da UPP, houve um intenso tiroteio entre traficantes de facções rivais por volta das 3h e a polícia tentou intervir. Um homem foi encontrado baleado. Ainda de acordo com os militares, um outro homem não identificado também foi ferido, mas conseguiu fugir pela mata no alto do morro.

Cerca de 50 moradores desceram a Rua Saint Roman levando o ferido em uma tábua de madeira, usada como uma maca improvisada. A vítima foi deixada na esquina da Rua Sá Ferreira com a Avenida Nossa Senhora de Copacabana, uma das principais do bairro. O Serviço de Atendimento Médico de Urgência (SAMU) esteve no local e constatou a morte do homem.

Grupo tenta fechar Nossa Senhora de Copacabana

Revoltados, os moradores chegaram a colocar a tábua com o morto na faixa de pedestre da Nossa Senhora de Copacabana e tentaram fechar a via, mas foram impedidos pela PM. O grupo também tentou usar pedras que estavam em uma caçamba de entulho, mas foram rechaçados pela polícia.

Corpo foi transportado por moradores em maca improvisadaOsvaldo Praddo / Agência O Dia

Policiais do 19º BPM (Copacabana), 23º BPM (Leblon) e de outras UPPs, como Vidigal e Chatuba, reforçaram o policiamento na região. Cerca de 100 deles subiram a comunidade. No início da manhã, PMs do Batalhão de Choque assumiram o policiamento nas imediações do acesso pela Rua Saint Roman.

A UPP do Pavão-Pavãozinho foi inaugurada há quase quatro anos. Segundo porteiros que trabalham em prédios próximos, o confronto teve início por volta das 3h. O segurança de um hotel na Avenida Nossa Senhora de Copacabana disse que a troca de tiros foi intensa. A recepção do estabelecimento chegou a ser trancada. Uma moradora de um edifício próximo afirmou ter ouvido até explosão de granada. Com medo, ninguém quis se identiciar.

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