Por tamyres.matos

Rio - Famoso como casamenteiro, o popular Santo Antônio — que ganhou mais de 35 mil paróquias no mundo — é conhecido também pela caridade. Para distribuir o pão, entretanto, o santo católico conta com o reforço de outros santos, e até das almas do purgatório. Quem passa pela Igreja de Santo Antônio dos Pobres, na Rua dos Inválidos, Centro, se surpreende com dez caixas para oferta de dinheiro expostas na parede do lado de fora, na rua.

Lá é possível dar um dízimo para o ‘dono da casa’, mas também para São José, São Jorge, Santo Expedito, Nossa Senhora da Conceição, São Judas Tadeu, São Sebastião, ao pão dos pobres e às almas.

Josenilda foi até lá depositar moeda para agradecer por casamentosJosé Pedro Monteiro / Agência O Dia

“É uma tradição da irmandade, que tem, só no Brasil, 207 anos. Em Portugal, no passado, as igrejas só abriam aos domingos, então o devoto que queria dar uma oferta não podia. Por isso a caixa de esmola era instalada na parede para receber as ofertas durante a semana”, explica o provedor da Irmandade de Santo Antônio do Pobres, o comerciante português José Queiroga.

As caixas de ofertas chamaram a atenção de Josenilda Pereira Tavares, que mora em Bonsucesso: “Sou devota e nunca tinha visto. É interessante”, disse, ao depositar uma moeda. “Vim pedir bênção para o casamento do meu filho e agradecer pelo meu, de 29 anos”.

As amigas Aparecida dos Anjos e Dalva Campos sempre colocam ofertas nas caixa externas. Dalva escolheu São José. “Ajudamos também com doações de roupas e alimentos”, diz Aparecida.

Um patrimônio histórico

A Igreja de Santo Antônio dos Pobres foi reconstruída em 1940, sobre a antiga, de estilo barroco, de 1811. Na nave principal, parte do piso original foi coberta com vidro e é possível admirar pintura do século 19.

“A igreja sofria com enchentes, por isso, a reforma. Também reinauguramos em maio o órgão de 648 tubos, que foi recuperado com verba de 27 mil euros do Governo de Portugal”, detalha Queiroga.

A irmandade que ele comanda precisa dar conta da manutenção desse patrimônio histórico e artístico, e também faz distribuição de cestas básicas, cerca de 200 por mês, além de roupas, brinquedos e remédios para a população carente que procura a igreja.

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