Rio - O feriado do servidor público foi marcado por diversos protestos em vários pontos da cidade. Metalúrgicos da Petrobras, professores e jovens — que voltaram a ocupar a rua onde mora o governador Sérgio Cabral, no Leblon — realizaram manifestações nesa segunda-feira. Não foram registrados atos de violência, mas, no início da tarde, sete pessoas foram detidas durante o ‘Ocupa Cabral’ e levadas para a 14ª DP (Leblon).
Segundo informações da PM, os jovens foram detidos porque teriam sido flagrados fumando maconha na praia. Do grupo, três tinham passagem pela polícia por porte de drogas, desacato à autoridade e lesão corporal. De acordo com o delegado Alessandro Thiers, apenas um dos jovens, um menor, será indiciado pela infração e terá que comparecer a uma audiência na Vara da Infância e da Juventude. “A prisão deles nada tem a ver com a manifestação”, disse o delegado, que garantiu que a intervenção policial só se daria no caso de “atos de vandalismo e violência”.
Mais cedo, os ânimos ficaram exaltados quando PMs que cercaram a Rua Aristides Espínola revistaram manifestantes. Pouco depois, um oficial que comandava os agentes jogou no lixo placa com os dizeres “Ocupa Leblon”, colocada na calçada pelo grupo. Do outro lado da rua, os jovens provocaram o policial, um tanto roliço, gritando “Mais amor, menos hambúrguer”.
Jovens que ficaram 36 dias acampados na porta do governador deixaram o local no início de setembro. O grupo que chegou ontem prometeu ficar até o fim do ano e recebeu doações de água e biscoitos de moradores. Vestidos com roupas pretas e carregados com mochilas, cobertores e colchonetes, os 12 manifestantes chegaram no local por volta das 5h30 e ficaram sentados no canteiro que divide as pistas da Av. Delfim Moreira. Eles foram impedidos por policiais de montar barracas e de ficar na frente do prédio do governador.
“Lutamos contra o sistema político e a direção do Sepe (Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação), que cedeu e fez acordo. Temos diversas bandeiras aqui e muitas pessoas vão aderir. Só não vamos usar máscaras para não contrariar a lei”, disse um dos jovens, que não quis se identificar. Cerca de 20 pessoas permaneciam no local à noite.
Educadores insatisfeitos com o fim da greve se reuniram na rodoviária
Pela manhã, aproximadamente 40 pessoas fizeram protesto em prol da Educação no Centro. Professores e representantes de diversos grupos se reuniram pouco depois das 7h em frente à Rodoviária Novo Rio, onde estenderam faixas, cartazes e até agitaram bandeira de ‘Prof Blocs’, em alusão aos black blocs que participam dos atos.
O grupo mostrou insatisfação com o desfecho da greve dos professores, encerrada na última sexta-feira em assembleia acirrada, após um acordo entre o Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe) e a Secretaria Municipal de Educação. Professora da rede municipal há 13 anos, Sarah Ragaglia disse que a maioria dos docentes não aprovou o fim da greve.
“Muitos votaram pelo fim por medo do corte de ponto e de responder a inquérito. Muitas reivindicações não foram atendidas, mas a luta agora vai ser na sala de aula, porque somos formadores de opinião. Um professor ter que lecionar várias disciplinas que não são a sua especialidade é o fim da educação pública de qualidade”, defendeu Sarah.
Funcionários da Petrobras cobram melhorias
Os educadores deixaram a rodoviária pouco depois que as avenidas Francisco Bicalho e Presidente Vargas foram tomadas por cerca de mil metalúrgicos, funcionários de plataformas da Petrobras, que reivindicavam melhorias salariais e condições de trabalho.
Seguindo um carro de som, eles caminharam até a sede da empresa, na Avenida Chile, deixando o trânsito caótico no início da manhã. O engarrafamento chegou ao Caju. O ato foi pacífico e os petroleiros se dispersaram depois de gritar palavras de ordem em frente à sede da empresa.