Por thiago.antunes

Rio - Traficantes de comunidades do Complexo da Penha têm feito ameaças constantes a policiais das Unidades de Polícia Pacificadoras (UPPs) da região. Uma das informações que chegaram à base do Parque Proletário era a de que os bandidos sairiam todas as noites para vender drogas, e, caso os policiais fizessem patrulhamento no horário, haveria confronto. Sábado, o soldado Melquisedec Basílio dos Santos, de 29 anos, morreu após ataque de criminosos.

À frente da Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP), o coronel Frederico Caldas confirmou que ameaças e informações sobre a movimentação de traficantes chegam sempre à CPP. “Essas ameaças chegam quase todos os dias, mas não sabemos se realmente vai acontecer ou se é uma tentativa de desestabilizar o programa. Na maioria das vezes, não se concretiza, mas não desprezamos nenhuma informação. Não vamos parar de fazer o que queremos. Todos os policiais estão nas ruas e vamos fazer o nosso trabalho”, afirmou Caldas.

Policiais foram atacados por bando%2C sábado%2C quando soldado morreuUanderson Fernandes / Agência O Dia

Há 15 dias, quando surgiram as primeiras informações de bandidos circulando na região, o oficial reforçou o patrulhamento nos complexos do Alemão e da Penha. Ele aumentou as equipes de cinco para 10 patrulhas nos conjuntos de favelas e também na Rocinha, além de pedir reforço dos batalhões de Operações Especiais (Bope) e de Ações com Cães (BAC).

Sábado, cerca de duas horas antes do atentado que vitimou o soldado Melquisedec, o Bope tinha feito operação no Parque Proletário. As unidades de elite passaram todo o fim de semana vasculhando as comunidades e a mata. Ontem, o BAC apreendeu drogas na Penha. O soldado Melquisedec foi o sétimo policial morto desde o início da implantação das UPPs, em 2008, no Dona Marta. Ele estava no patrulhamento quando 15 traficantes abriram fogo contra os policiais. Um outro PM e três moradores ficaram feridos na ocasião.

Operação onde há resistência

Na Rocinha, onde 70 policiais foram trocados, o coronel Frederico Caldas também anunciou reforço no patrulhamento. Ele ampliou o número de policiais nas patrulhas para coibir a ação de criminosos. De acordo com o oficial, todas as comunidades que apresentarem resistência do tráfico receberão apoio no patrulhamento e, se necessário, operações pontuais, a exemplo da força-tarefa União de Paz, realizada em setembro no Complexo de São Carlos.

“Fizemos uma ação onde participaram policiais de várias unidades, na intenção de checar denúncias, conscientizar moradores e também coibir o crime. O resultado foi muito positivo lá”, ressaltou Caldas. Na época, o coordenador anunciou que pretendia estender a mesma operação para comunidades da Rocinha e do Complexo do Alemão.

Você pode gostar