Por adriano.araujo

Rio - Apenas dois dias após a ocupação policial do Morro da Covanca, em Jacarepaguá, moradores da região voltaram a viver momentos de pânico e tensão. Na noite de sábado, houve intensa troca de tiros entre milicianos e traficantes, próximo ao Morro São José, na Praça Seca. Conforme O DIA noticiou no último dia 4, os dois grupos também se enfrentaram pelo controle do Morro da Barão, na mesma localidade.

Fotos postadas no Facebook mostram bandidos armados com fuzis e pistolas nas ruas Marangá e BaronesaReprodução Internet

Segundo moradores, o tiroteio começou por volta das 18h e durou, pelo menos, uma hora. Um rapaz contou que a troca de tiros teria acorrido após grupo de milicianos resgatar mototaxista que teria sido sido sequestrado por traficantes. Fotos postadas no Facebook mostram bandidos armados com fuzis e pistolas nas ruas Marangá e Baronesa, em plena luz do dia. Os disparos teriam atingido um conjunto de prédios no bairro. Ontem não houve confrontos.

Pelo twitter (@sospracaseca), internautas pediram a presença do Bope e de uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) no Morro São José. Eles afirmaram que bandidos teriam saído da Covanca para a comunidade alvo do tiroteio no sábado. “Fica complicado ir e vir. Nos aprisionamos em nossas residências. Tenso”, disse uma moradora, na rede social.

Uma outra internauta reclamou da ausência da PM no local. “Tiroteio intenso na Praça Seca hoje e em plena luz do dia, a base da PM que instalaram na entrada da Covanca, de nada adiantou?”, questionou ela.

A Polícia Militar informou desconhecer a denúncia de que o tiroteio teria sido provocado após o resgate do mototaxista. Segundo nota divulgada, policiais do 9º BPM (Rocha Miranda) foram ao Morro São José, assim que souberam da troca de tiros. O comandante Miguel Ramos informou que o policiamento nos principais acessos da comunidade foi reforçado. Não há informação de feridos.

Na última quinta-feira, a Covanca recebeu o reforço de 60 PMs, que passaram a integrar a nova companhia destacada para a comunidade. Em setembro, o subtenente Marco Antônio Gripp foi morto após ter sido baleado durante operação na área. Na ação, outros dois policiais ficaram feridos. O PM era do Bope e integrava operação montada para combater a violência no local. Ele era policial há 27 anos.

Conflito no bairro já matou pelo menos 12 pessoas

?No último dia 4, O DIA revelou o golpe que milicianos deram no tráfico. No início do ano, homens ligados à milícia comandada por Luiz Monteiro da Silva (Doem) ‘arrendaram’ o Morro da Barão, em Praça Seca, a traficantes da Vila Vintém. A transação rendeu R$ 300 mil.

Após o acordo, o miliciano Luís Carlos da Costa Coelho, o Luizinho, denunciou à polícia os pontos da comunidade onde estavam os traficantes. Houve repressão policial e os bandidos deixaram o morro.

A guerra entre os dois grupos motivada pelo golpe deixou 12 mortos. O grupo que vendeu o morro é o mesmo que criou a ‘UPP da milícia’ que funcionava em uma casa na Praça Seca.

Você pode gostar