Por adriano.araujo

Rio - Membros da Comissão de Direitos Humanos da Alerj visitaram na manhã desta quinta-feira o Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças (Cfap) da Policia Militar, em Sulacap, na Zona Oeste. Estiveram no local os deputados Marcelo Freixo (Psol), Inês Pandeló (PT) e Flávio Bolsonaro (PP), presidente e membros da comissão, respectivamente.

Eles investigam as circunstâncias dos treinamentos no local após no último dia 12 o aluno Paulo Aparecido Santos de Lima, de 27 anos, dar entrada em estado grave no Hospital Central da PM com queimaduras nas mãos e nádegas, além de insolação aguda, adquiridas durante um treino.

Freixo conversa com oficiais no Cfap durante vistoria no localEstefan Radovicz / Agência O Dia

Paulo teve morte cerebral na última segunda-feira. Outros 24 alunos tiveram queimaduras nas mãos e nádegas, enquanto outros nove quadro de insolação, hipoclicemia e dores de cabeça. Mais de 490 alunos participavam do treinamento, em um dia que as temperaturas bateram recordes no Rio. 

Participaram da reunião o diretor-geral de ensino da PM, coronel Antônio Carballo, o diretor do Hospital Central da PM, Portocarrero, e Nélio Campos, comandante do Cfap. Marcelo Freixo condenou as condições que os alunos enfrentam durante o treinamento.

"Não é dificil concluir que o treinamento foi muuito inadequado, já que uma pessoa morreu e outras 33 passaram mal. Não é possível que não haja um protocolo que impeça que um treinamento com uma temperatura tão elevada seja realizado. Não pode funcionar na base do bom senso", relatou. Freixo pediu o diagnóstico dos 33 alunos que deram entrada na enfermaria e o cronograma das atividades do dia.

Membros da Comissão de Direitos Humanos da Alerj visitaram o Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças (Cfap)Estefan Radovicz / Agência O Dia

O comandante do centro de treinamento se defendeu das acusações. "Os objetivos dos treinamento físico são a defesa pessoal, técnicas de abordagem, além de exercícios de educação física. Esses exercícios duram no máximo 50 minutos", disse. Ele também ressaltou que os alunos tem acompanhamento médico e casos mais graves são levados para a enfermaria do Cfap. "Foi um dia atípico e os fatores além do forte calor estão sendo apurados". Nélio Campos disse que será providenciado um protocolo para impedir treinamentos em dias com temperaturas mais elevadas.

Edição: Adriano Araújo

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