Rio - Uma suposta cobrança de estacionamento no Baixo Leblon, bem perto da casa do governador Sérgio Cabral, terminou em morte na manhã deste sábado. O policial civil Ricardo Coelho Maron Gedeon, da Coordenaria de Recursos Especiais (Core), matou a tiros um flanelinha e baleou outro na Avenida Ataulfo de Paiva, na esquina com a Rua Aristides Espínola.
O flanelinha, identificado apenas como Nego, levou cinco tiros. Os disparos causaram pânico e correria no local. A Divisão de Homicídios investiga o caso. O policial da Core vai responder em liberdade por homicídio.
A confusão começou por volta das 6h30, em frente ao número 1.235 da Ataulfo de Paiva. Em depoimento, Adílson da Silva Peçanha, 27, o flanelinha que foi atingido na perna, contou que esperava o dinheiro de um motorista quando Nego apareceu. O policial, que estava à paisana, teria pensado que eles estivessem extorquindo o cliente e exigido que fossem embora.
“Aí o Nego se revoltou, pegou uma garrafa quebrada e foi para cima dele. Nessa hora ele disparou para o chão e a bala pegou na minha perna. Ainda gritei que ele tinha me baleado. O Nego continuou indo na direção dele e depois ele efetuou mais disparos.”
Na DH, o autor dos disparos, o policial Ricardo Gedeon, disse que percebeu a extorsão e tentou intervir. Logo em seguida, Nego teria arremessado a garrafa em sua direção, e ainda tentado pegar sua arma. Segundo o policial, após o primeiro disparo, ele ainda atirou nas pernas da vítima, mas não o parou. Outros disparos acabaram atingindo a mão, o tórax e as costas do flanelinha.
Durante a confusão, clientes da Pizzaria Guanabara saíram correndo. A perícia coletou nove projéteis. Manifestantes que estavam acampados na porta do governador Sérgio Cabral se revoltaram. “A sorte do policial foi que um carro da PM passava pelo local e o conduziu até a delegacia, impedindo que ele fosse linchado”, disse um pedestre, que não se identificou.