Rio - Às 7h da manhã deste domingo, foi implodido o primeiro trecho do Elevado da Perimetral, na Zona Portuária. Acompanhado de seus filhos, o prefeito do Rio Eduardo Paes, que chegou ao local às 6h20, apertou o botão que colocou abaixo parte da estrutura do elevado, ao lado de outras autoridades, como o vice-governador Luiz Fernando Pezão, o vice-prefeito Adilson Pires e o secretário municipal de Transportes Carlos Roberto Osório.
Foram necessários apenas cinco segundos para colocar no chão parte da estrutura, entre a Avenida Professor Pereira Reis e a Rua Silvino Montenegro, composta por 29 vãos e 232 vigas que, somados, pesam 5.104 toneladas. A previsão era que a implosão levasse cinco segundos.
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Eduardo Paes comemorou a demolição e disse que tudo saiu dentro do esperado. "Este é um momento importante para a cidade do Rio e tudo aconteceu como esperávamos. É um marco para a cidade, que passou muito tempo sem olhar para frente. Hoje, o Rio reencontra o Centro e o Porto. Por muitos anos, a Perimetral foi síbolo do abandono dessa região", disse o prefeito.
O prefeito pediu apoio dos cidadãos quanto às obras na região. "Peço a colaboração da população, não só dos cariocas, como também de toda a Região Metropolitana, porque novas explosões e obstruções virão. Se Deus quiser, vamos devolver em 2017 essa região para a cidade", falou Paes. Ele não quis adiantar o calendário de implosões, mas disse que alguns trechos poderão ter apenas desmanches.
Segundo o secretário municipal de Transportes, Carlos Roberto Osório, o trânsito da cidade não foi afetado neste domingo, "uma vez que as interdições já haviam começado". Em relação a todo o material implodido, ele afirmou que "a retirada será feita durante a madrugada e que deverá demorar uns três meses". Ainda de acordo com o secretário, "a demolição completa do elevado deverá ir até meados de 2015". "Hoje um terço foi demolido. É o trecho central da Perimetral, pois está no centro geográfico", disse.
De acordo com a Defesa Civil municipal, duas janelas da Vara da Infância e da Juventude foram danificadas com o impacto da explosão.
Segundo o Centro de Operações da Prefeitura do Rio, às 8h, foram liberadas ao tráfego as vias que estavam interditadas dentro do plano de implosão do primeiro trecho do Elevado da Perimetral, no entorno da Região Portuária. Seguem bloqueadas as vias que já ficam interditadas, normalmente, nos fins de semana: Viaduto 31 de Março, sentido Santo Cristo, a partir do acesso para a Av. Presidente Vargas, e trecho da Av. Professor Pereira Reis, entre a Via Binário do Porto e a Av. Cidade de Lima.
Para a operação, foram utilizados 1.200 kg de explosivos, além de 2.512 conjutos de pneus com areia e 2.240 estacas em tambores, para amortecer o impacto da queda da estrutura e do concretro. Postes, fiações e placas já haviam sido retirados.
Às 6h30, foi acionada a primeira sirene, para alertar a população sobre as interdições. Moradores da região, chamada de área de influência, por estar próxima ao local da explosão, sairam de casa às 5h, acompanhados por homens da Defesa Civil e da concessionária Porto Novo, responsável pelas obras no local.
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Ao todo, 132 pessoas tiveram que deixar suas casas na região nesta manhã. Os moradores do Bloco 5 do condomónio Moradas da Saúde, localizado na Rua Conselheiro Zacarias, 80, que fica exatamente de frente para a Perimetral, deixaram seus apartamentos e aguardaram no próprio pátio do prédio.
Após o término da implosão, equipes da Prefeitura e Porto Novo fazem uma varredura na região para averiguar se tudo saiu dentro do previsto e verificar alguma possível irregularidade.
Construído em 1950 e inaugurado em 1960, o Elevado da Perimetral tem 53 anos. A demolição desses primeiros 1.050 metros dos 4.790 metros do elevado permitirá o avanço das obras da Via Expressa que ligará o Aterro do Flamengo à Avenida Brasil e à Ponte Rio-Niterói, em substituição ao Elevado da Perimetral, no novo sistema de mobilidade urbana da Região Portuária.
Edição: Tiago Frederico