Seis rios que cortam o Estado permanecem em Alerta Máximo
Outros quatro estão em Alerta e 26 em Estágio de Atenção.
Por adriano.araujo, adriano.araujo
Rio - Seis rios que cortam o Estado permanecem em Estágio de Alerta Máximo na manhã desta quinta-feira. A situação mais crítica é na Baixada Fluminense e no Norte-Noroeste, com três rios em cada região com risco de transbordamento. Nesta manhã, chove fraco em todos os municípios.
Na noite desta quarta-feira, alguns rios das regiões Norte-Noroeste, Serrana e da Baixada entraram em Alerta por conta da forte chuva que atingiu os municípios.
Na Baixada Fluminense, estão em Alerta Máximo os rios Sarapuí e Capivari, e em Alerta os rios Pavuna, Iguaçu e Saracuruna. Na Região Serrana, está em Alerta Máximo o Rio Quitandinha e em Alerta o Rio Paquequer. No Norte-Noroeste Fluminense, estão em Alerta Máximo os rios Muriaé, Carangola e Itabapoana. Os demais rios de todas as regiões estão em Estágio de Atenção.
Publicidade
Com cinco mil desalojados, Baixada é a mais afetada
A Baixada Fluminense foi bastante castigada pelo temporal durante a madrugada e a manhã desta quarta-feira. Nova Iguaçu, a cidade mais atingida em toda a Região Metropolitana, decretou estado de calamidade pública.Segundo o prefeito Nelson Bornier, cerca de 2 mil moradores foram obrigados a deixar suas casas. “Há 20 anos não chovia tanto em Nova Iguaçu”, disse Bornier. Em toda a Baixada, cerca de 5 mil pessoas foram desalojadas.
Queimados, Japeri, Duque de Caxias, São João de Meriti e Belford Roxo também foram bem afetados pela chuva. Um homem foi levado pela correnteza de um rio em Belford Roxo e não resistiu. Seu corpo foi encontrado pelos bombeiros. Ele foi identificado como Neilson Viana Monteiro, de 18 anos.
Publicidade
Outro homem desapareceu, após cair em um rio, em Nova Iguaçu. Lá, a maioria das lojas do Centro permaneceu fechada. “Na época de Natal, o comércio fatura por dia cerca de R$ 1 milhão. Nosso prejuízo hoje (ontem) foi de 70%”, disse o presidente da associação comercial do município, Antônio Alpino. Muitos ônibus enguiçaram. As empresas decidiram retirar parte da frota de circulação, até que o nível da água diminuísse.
No bairro Rodilândia, o pedreiro Martinho da Silva, de 50 anos, caiu e desapareceu no rio, à margem da Rodovia Presidente Dutra. Seu corpo ainda não foi encontrado. Mais de 120 militares do Grupamento de Busca e Salvamento e da Defesa Civil do Estado ajudaram os moradores de áreas atingidas em Nova Iguaçu, assim como em toda a região. Em Austin, uma encosta desmoronou. Pelo menos 50 famílias foram retiradas de suas casas.
Em Santa Eugênia, bairro nobre de Nova Iguaçu, um rio transbordou e inundou casas. Morador da região por mais de 30 anos, Antônio Carlos Dias passou a madrugada tentando tirar a água de dentro de casa: “ Minha geladeira chegou a sair do chão com a força da água. Espero que ela não tenha dado defeito. Nunca vi tanta chuva”.
A Avenida Tancredo Neves, que liga o Centro da cidade ao bairro de Comendador Soares, virou mar: a água chegou à altura da janela dos veículos. Em Vila de Cava, o Canal do Paiol transbordou, deixando cerca de mil desalojados. O local fica próximo ao canteiro de obras do Arco Metropolitano.
No fim da tarde, moradores de Nova Iguaçu protestaram na altura do km 186 da Via Dutra. Moradores de Queimados também fecharam a rodovia, entre os quilômetros 193 e 204. Eles atearam fogo a pneus e outros objetos para interromper o tráfego na estrada, que liga o Rio a São Paulo.
De Caxias a São João de Meriti
Em Duque de Caxias, seis bairros ficaram completamente alagados: 30 famílias tiveram de ser retiradas de casa no bairro Pantanal. Houve deslizamento de terra em dez bairros de São João de Meriti. Segundo a Defesa Civil, porém, ninguém ficou ferido.
Em Queimados, a prefeitura manteve o estado de emergência decretado. Lá cerca de 20 localidades ficaram alagadas. As aulas foram suspensas, assim como em quase toda a Baixada. Japeri foi outra cidade que sofreu com o temporal. Segundo a prefeitura, com a chuva da semana passada e a de ontem, 5.420 famílias foram afetadas. Em Magé, houve oito ocorrências de alagamento até o fim da tarde desta quarta.
Publicidade
Tensão em todo o estado
A chuva que começou na terça e continuou ontem durante todo o dia deixou diversas cidades do estado em estágio de atenção. Fora a capital e a Baixada, a situação mais grave é em Macaé, onde 110 pessoas estão desabrigadas. Elas foram levadas para locais como o Estádio Moacyrzão. Segundo a Defesa Civil da cidade, sete casas no Morro de Sant’anna correm o risco de desabar. A prefeitura pediu para que as pessoas deixassem as casas em áreas de risco, principalmente as que estão nos morros de São Jorge, Sant’Anna, Castelo e Jardim Pinheiro.
Publicidade
Os rios das cidades das regiões Serrana, Norte e Noroeste do Rio passaram todo o dia em estágio de atenção, de acordo com o Sistema de Alertas de Cheias do Instituto Estadual do Ambiente. Em Bom Jesus do Itabapoana, no norte do estado, três famílias estão desabrigadas, e quatro casas, ameaçadas de desabamento, de acordo com a Defesa Civil do município.
Publicidade
Em São Gonçalo, diversos pontos de alagamento foram registrados, mas não há vítimas ou desabrigados. Os bairros mais afetados pela chuva foram Gradim, Neves, Porto da Pedra, Porto Novo, Jardim Catarina, Barro Vermelho, Arsenal, Boa Vista e Colubandê.
A situação ficou sob controle na Região Serrana. Segundo a Defesa Civil de Petrópolis e Friburgo, não foram registradas ocorrências graves. Em caso de chuvas fortes, a orientação é para que as pessoas em áreas de risco procurem um lugar seguro. A previsão do Instituto Nacional de Meteorologia é de chuva para todo o estado até domingo.