Por thiago.antunes
Rio - Quatro agentes da Polícia Federal, um policial civil e ex-servidores das polícias Civil e Militar formaram uma quadrilha para tentar extorquir R$ 1 milhão de empresário na Barra da Tijuca. Sem saída, a vítima denunciou o esquema e deixou o Rio. O grupo foi denunciado à Justiça Federal pelo procurador Orlando Cunha, do Ministério Público Federal (MPF), por concussão (extorsão praticada por funcionário público), extorsão e formação de quadrilha.
A denúncia foi aceita pela juíza da 8ª Vara Federal Criminal, Valéria Caldi, que decretou a prisão preventiva do bando. No último dia 9, sete acusados foram presos na operação, batizada de Replay, que mobilizou 140 federais e agentes da Secretaria de Segurança. Ao todo, o grupo levou R$ 49 mil em espécie, equipamentos eletrônicos e um Mercedes-Benz 2010 da casa do empresário.
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O golpe começou dia 1º de abril, quando o o ex-inspetor da Polícia Civil, Alfredo Silva Neto, 49 anos, e Ronaldo da Cruz Vaz, 48, sócios na empresa Olecramtelecom Assessoria Monitoramento e Investigação Ltda, abordaram o empresário no Detran da Barra. Os dois se apresentaram como agentes federais e informaram ter mandado de busca e apreensão para cumprir na casa da vítima, em função de investigação contra um de seus funcionários. Na ação, roubaram R$ 11 mil em espécie e exigiram mais R$ 500 mil, divididos em sete vezes. Como garantia de que receberiam o dinheiro, levaram o carro.
Para escapar da dupla, o empresário avisou seu chefe de segurança, David Pereira de Almeida, 43, então inspetor da Divisão Antisequestro (DAS), que arregimentou quatro agentes federais, entre eles, Luciano Delgado Botelho, para ajudá-lo. No dia 9 de abril, o novo grupo de policiais decidiu analisar as imagens dos falsos federais e organizar a entrega de R$ 250 mil na porta de um hotel de luxo na Barra, mas voltou à casa da vítima, onde roubou R$ 40 mil e os equipamentos eletrônicos. Também exigiu R$ 1 milhão do empresário, em duas vezes, como contrapartida à não- instauração de investigação por crime de corrupção ativa.
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Vítima ainda pagou churrascaria
Sem pressa para extorquir o empresário, o ex-policial civil Alfredo Silva Neto ainda exigiu que a vítima pagasse o almoço dele e o do seu sócio, Ronaldo da Cruz Vaz, em uma churrascaria na Barra. Eles foram reconhecidos no esquema como supostos agentes da Polícia Federal. Segundo denúncia do MPF, Alfredo foi expulso em setembro de 2010 da instituição pela falsificação de documentos públicos e interceptação ilegal do então deputado José Nader.
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Para o procurador Orlando Cunha, o grupo se articulou para montar dossiê contra pessoas ligadas à vítima e garantir o esquema de extorsão que beneficiaria a quadrilha. Além de Alfredo e Ronaldo, foram denunciados à Justiça os policiais federais José Carlos da Silva Dias, 58, Luciano Delgado Botelho, 58, Gerson Costa, 48, e Márcio dos Santos Costa, 50; os policiais civis Clayton da Silva Castro, 32, e David Pereira de Almeida, 43, chefe da segurança pessoal da vítima, e o ex-PM Rony Pereira, 48. O MPF também denunciou Alexandre Sant’anna da Conceição, 40, motorista da vítima.
Até viatura oficial foi utilizada
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Interceptações telefônicas e até uma viatura oficial da Polícia Federal foram usados para montar esquema de extorsão contra empresário da Barra da Tijuca. Segundo os supostos agentes federais, eles estariam monitorando os passos da vítima por telefone durante seis meses. Segundo as investigações os maiores aliados do bando eram funcionários da vítima, como o chefe da segurança pessoal dela e o motorista particular, envolvidos no golpe.
De acordo com depoimentos encaminhado à Justiça Federal, o grupo de policiais ainda era violento. Na denúncia do Ministério Público Federal (MPF), consta que o empresário foi agredido por dois supostos policiais federais. Um deles ainda teria feito ameaças com a utilização de uma arma fogo.
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