Por adriano.araujo, adriano.araujo
Rio - O inspetor da Policial Civil carioca e instrutor em técnica vertical em corda, Felipe Leal, de 53 anos, conhecido como homem-bala, que entrou para o livro dos recordes Guinness Book duas vezes, e que integra também a equipe Industrial Rescue - companhia que ministra cursos para policiais, militares e civis nos Estados Unidos -, é a nova estrela na Eslovênia, no Leste Europeu.

A convite da empresa Anthron, que produz equipamentos para atividades de resgate e intervenções policiais no mundo inteiro, Felipe Leal batiza com seu nome o primeiro cinto para descida vertical e outros itens para modalidades esportivas em corda com material brasileiro no exterior. Alguns equipamentos, já aprovados, serão lançados no início de 2014.

Felipe Leal entrou para o livro dos recordes Guinness Book duas vezesFernando Souza / Agência O Dia

Os materiais são desenvolvidos por engenheiros e designers da empresa Altiseg e atendem também profissionais que atuam na área industrial, bombeiros e esportistas. Recentemente, Felipe Leal participou do programa History Channel Super Humano.

“É um momento especial na minha vida, sempre dedicada a táticas de segurança voltadas para os colegas da Polícia Civil do Rio. Hoje, tendo meu nome reconhecido internacionalmente é um orgulho”, diz Felipe Leal, de forma modesta.
Felipe Leal é premiado e reconhecido internacionalmenteAgência O Dia

O homem-bala, em uma das suas últimas conquistas despencou de 100 metros de altura do prédio RB1, na Avenida Rio Branco, Centro do Rio, de 33 andares, e tocou o solo em apenas 9 segundos e 57 centésimos. A façanha foi publicada oficialmente no Guinness 2013. Em três provas que lhe renderam os títulos, ele quebrou suas próprias marcas. Na primeira, em setembro de 2010, ele cravou o tempo de 17 segundos e 87 centésimos, o suficiente para derrubar o antigo recordista, o sueco Tony Berlung, que havia descido a mesma altura com tempo de 34 segundos e 77 centésimos.

Instruções à SWAT

Fascinado com o desempenho do super-homem da polícia carioca, o xerife do Texas (EUA), Jeff Chadney, o convidou para ensinar a técnica a agentes da SWAT — unidade de elite da polícia americana. Nos Estados Unidos, além de ter sido destaque no noticiário, Leal aproveitou para instituir mais uma boa marca: em agosto, utilizando a mesma técnica, pulou de um edifício de 47 metros em 4 segundos e 1 décimo, entrando para o RankBrasil, edição de recordes brasileiros.

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“Tudo isso é fruto de muito treinamento e amor à polícia. Pratico pelo menos quatro mil saltos por ano, uma média de 11 por dia”, conta o inspetor. Na Academia de Polícia Sylvio Terra (Acadepol) também passa seus conhecimentos a policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope), da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e do Serviço Aeropolicial da Polícia Civil do Rio (Saer).
Em grandes eventos, como a Copa do Mundo de 2014 e Olimpíadas de 2016, a técnica é fundamental. Pode-se recorrer a ela, por exemplo, para solucionar casos de sequestros que ocorram em apartamentos ou outros locais muito altos.
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Técnica pode ser usada em resgate de vítimas

Felipe treina em prédio no Alto da Boa Vista. O rap jumping pode ajudar policiais armados a entrar por janelas, instalar sensores e microcâmeras, explodir artefatos para imobilizar bandidos e até retirar vítimas de cativeiro. Nos Estados Unidos, a técnica foi repassada pelo inspetor a agentes da SWAT, bombeiros e policiais militares, com apoio da Industrial Rescue, especializada em resgates.