Por tamyres.matos
Rio - Um relatório da 17ª DP (São Cristovão) aponta o escritório de advocacia Cesnik Quintino e Salinas como o intermediário na negociação na qual o ex-presidente da Mangueira Ivo Meirelles é investigado por pagamento de propina a funcionário do Ministério da Cultura (Minc), em 2011, para a aprovação de projeto de R$ 4,9 milhões para o Carnaval de 2012. Como O DIA publicou nesta sexta-feira com exclusividade, a verba não foi captada, mas o Ministério Público Federal (MPF) determinou a Polícia Federal (PF) que abra inquérito para apurar o crime de corrupção.
Ivo Meirelles é acusado de ter pago propina a funcionário público%2C em 2011%2C para liberação de R%24 4%2C9 milhões para o Carnaval de 2012 Severino Silva / Agência O Dia

O projeto — que previa distribuição de até 1.500 fantasias para a comunidade — foi aprovado, apesar da inadimplência da Verde e Rosa, o que desrespeita uma das exigências previstas pela Lei Rouanet. A liberação da verba foi publicada no Diário Oficial da União no dia 5 de janeiro de 2012. Em gravações telefônicas, autorizadas pela Justiça, Ivo foi flagrado revelando o pagamento de propina ao deputado estadual Francisco Carvalho, do PMN, então diretor da agremiação e atual presidente. Ambos serão convocados a prestar depoimento na Delegacia de Crimes Fazendários (Delefaz) da PF.

Em nota oficial, o escritório informou que desconhece o relatório da polícia e nunca foi procurado por nenhuma autoridade policial. Argumentou ainda que, em 18 anos de atuação no mercado de cultura e entretenimento, tem rigoroso código de ética profissional.
“Em nenhum momento o escritório participou ou participa, para esse cliente ou para outro, de qualquer tipo de operação que não se paute por esses princípios éticos mencionados”, afirmou a administração do escritório na resposta, ressaltando que presta serviço para a Mangueira desde 2002.
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O Cesnik Quintino e Salinas tem representação no Rio, São Paulo e Brasília. Procurado pelo DIA, Ivo não foi localizado. De acordo com as investigações da Polícia Civil, Ivo teria ido até São Paulo negociar com advogado, como revelam conversas telefônicas. Em 2012, Ivo foi indiciado por associação para o tráfico de drogas. O caso está no Ministério Público do estado. O órgão também investiga se houve desvio de verba na gestão de Ivo como presidente da agremiação.